FONTE: DA EFE (www1.folha.uol.com.br).
Um grupo de cientistas liderados pelo americano John Haas advertiu na segunda-feira (22) sobre os riscos da clonagem humana com fins reprodutivos e rejeitou a abertura de um debate sobre o tema.
Em entrevista à imprensa na capital mexicana, Haas afirmou que a clonagem destinada à reprodução de seres humanos traria "graves efeitos secundários para a saúde".
Nos experimentos com animais, incluindo os que se encontram em via de extinção, já se viram defeitos genéticos e morfológicos, como envelhecimento prematuro ou falta de extremidades, disse.
O cientista cita o famoso caso da clonagem da ovelha Dolly há 15 anos, que apresentou doenças graves, tais como pneumonia, artrites e câncer.
Este tipo de procriação consiste, explicaram os especialistas, em reproduzir um ser humano a partir do núcleo da célula de um adulto para que depois dê lugar a um embrião, ao invés da união de um óvulo e um espermatozóide.
Haas considerou "grave e irresponsável" a possibilidade de que alguns governos destinem recursos e esforços para a clonagem humana reprodutiva, enquanto enfrentam urgentes problemas de saúde. Ele citou doenças infectocontagiosas, que seguem sendo a primeira causa de mortalidade em países em desenvolvimento.
"Os seres humanos devem ser reconhecidos como iguais em dignidade. Com este método, assim como com a fertilização in vitro, desde o início de suas vidas estão sujeitos a decisões arbitrárias dos demais", assegurou o médico americano.
Rodrigo Guerra, diretor do Cisav (Centro de Pesquisa Social Avançada do México), concordou que não existe evidência científica possível para sustentar que um zigoto, ou um óvulo recém-fecundado, não tenha direitos.
"Sabemos por experiência empírica contundente que as estruturas precursoras do sistema nervoso central existem desde o momento da fecundação. Desde aí o genoma humano é completo e funcional, e seu metabolismo é autônomo, ou seja, processa energia por si mesmo, embora continue sendo dependente nutricionalmente da mãe", disse.
O cientista indicou que o embrião tem capacidades humanas, embora limitadas, e portanto toda a normalidade existente internacionalmente para proteger seres humanos com capacidades diferentes deve se aplicar nestes casos.
Diante desses fatos, a clonagem humana deveria ser revista com muito cuidado, afirmou Guerra.
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