terça-feira, 9 de agosto de 2011

CONHEÇA DUPLA QUE ORGANIZOU ATO POR MAIS SEGURANÇA APELO FACEBOOK...


FONTE: Anderson Sotero (
anderson.sotero@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.

Karla Santana estava de plantão quando advogada foi baleada; Gal Vieira viu tentativa de assassinato de músico da Estakazero.


O barulho dos tiros que atingiram o músico Paulo Cesár Perrone, 32 anos, numa saidinha bancária, entrou pela janela da cobertura em que a musicoterapeuta Gal Vieira mora no Caminho das Árvores.


Seis dias depois, a enfermeira Karla Santana viu a advogada Ludimila Carneiro, 27 anos, dar entrada no Hospital Geral do Estado, em Brotas, após ser baleada na cabeça durante uma tentativa de assalto na Garibaldi.


Os dois casos recentes de violência em áreas nobres da cidade inspiraram as duas amigas, Gal e Karla, a organizar uma caminhada em protesto que saiu anteontem do monumento Clériston Andrade, na avenida Garibaldi, até a residência oficial do governador Jaques Wagner, no Alto de Ondina, e contou com cerca de 400 pessoas.


“Ela deu o grito e eu disse: ‘Vamos nessa. Vamos fazer’”, contou a enfermeira Karla Santana, 37 anos. Carioca, a enfermeira que veio morar em Salvador aos 4 anos e mora com os pais no Imbuí disse que topou participar assim que a amiga postou no facebook.


Quando a violência chegou perto da casa em que Gal Vieira mora com os pais, ela decidiu agir. “Aconteceu debaixo do nariz da gente, tão perto. Algo mexeu.


Foi ali naquela hora”, destacou Gal, relembrando o caso do músico que permanece internado no HGE e foi retirado do coma induzido, mas não apresentou reação.


Além da tentativa de homicídio do músico da Estakazero, Gal Vieira, que morou um ano em Portugal, disse também que o caso da advogada Ludimila foi o estopim para realizar o protesto, batizado de Mobilização Contra a Violência – A Favor da Paz.


“Depois que vi no jornal o caso da advogada, sentei, peguei meu notebook e postei para meus amigos, dizendo que precisávamos de segurança. Alguma coisa tinha que ser feita”, contou. Rapidamente, mais de três mil pessoas aderiram à campanha.O caso da advogada baleada também sensibilizou a enfermeira que estava de plantão no dia do crime.


“A idade dela e a forma como aconteceu, a gente se põe no lugar. A gente só está acordando porque tiveram casos sucessivos”. “As pessoas estão perdendo o respeito pelo outro. Tiram a vida de uma pessoa por causa de uma briga no trânsito”, reclamou a musicoterapeuta, referindo-se ao assassinato do auxiliar de barbearia Romildo Teixeira de Jesus, de 29 anos, assassinado após uma discussão no trânsito no final de linha de São Caetano.


A própria musicoterapeuta, que passou a infância na Cidade Nova e adolescência nos Barris, foi seguida até um shopping center, depois de ter buzinado para que um motorista desse passagem. “Cheguei no shopping em prantos, tremendo. O cara ainda me seguiu dentro do shopping. Tive que falar com os seguranças”.


Na pele Já a amiga também sentiu na pele os efeitos da violência urbana. Karla foi vítima de um sequestro relâmpago e ficou por 12 horas em poder dos bandidos. O crime aconteceu por volta das 10h da manhã, na Lucaia, e ela ficou mantida dentro do veículo, vendada. “Eles usaram o carro para transportar alguma coisa.


Depois me deixaram em Águas Claras. Minha sorte foi que a comunidade me tirou de dentro do carro. Eles me ameaçavam o tempo todo”, recordou a enfermeira que superou o trauma com o apoio da família. Hoje, as duas amigas que gostam de ir ao cinema e à praia preferem programas matinais e evitam sair à noite.


“A gente não esperava que o governador fosse dar uma resposta, mas a gente queria mostrar que estamos insatisfeitas”, destacou Gal.

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