FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Coqueluche,doença que pode levar à
morte especialmente entre os recém-nascidos, cresce na Bahia. De
acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, Sesab, de janeiro a maio
foram registrados 159 casos, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do
ano passado, com a confirmação de 127 registros.No final de 2013, segundo
informações do órgão, foram totalizados 300 casos.
O município de Feira de Santana é o mais
afetado. Só no primeiro semestre foram registrado 70 casos, a maioria de
crianças com até um ano de idade.
Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), há 50 milhões de casos de
coqueluche todos os anos, com cerca de 300 mil mortes. É a quinta maior causa
de óbitos em crianças abaixo de cinco anos de idade entre as doenças combatidas
por vacinas.
Em relação à faixa etária, assim
como em 2013, foram confirmados casos em todas as faixas etárias, mas os
menores de 01 ano continuam sendo os mais atingidos, entretanto, Jacy
Andrade, médica infectologista e diretora do Serviço
Especializado em Imunização e Infectologia (SEMI), faz um alerta para os
adolescentes e adultos que vem registrando um aumento na incidência, o que
sugere que os mesmos sejam transmissores da bactéria para o grupo
infantil a exemplo das gestantes.
“Para evitar o crescimento da
doença a vacinação deve ser estendida também a adolescentes e adultos
como forma de evitar o contágio em crianças que ainda não foram completamente
imunizadas”,orienta a especialista. Ela explica que a coqueluche é uma
bactéria transmitida pelas vias respiratórias comprometendo brônquios e
pulmões e a depender dos casos pode levar o paciente a doenças mais graves,
como a pneumonia, ou até mesmo à morte.
A bactéria passa por três
fases: a primeira é a catarral, depois a tosse e a fase final de
recuperação.
Segundo Maria do Carmo, técnica responsável
pelo grupo da coqueluche da Sesab, um dos motivos para o recente
avanço da doença está no fato da população mais velha não saber direito
se está ou não com a bactéria, mas principalmente pela falta de
vacinação que atinja todas as faixas etárias. “ A vacina é
disponibilizada até seis anos e onze meses, a partir dessa idade a rede pública
não dispõe de vacinas”, explicou.
Sintomas.
A coqueluche ou pertussis é uma doença
infecciosa aguda e transmissível, que compromete o aparelho respiratório
(traqueia e brônquios). É causada pela bactéria Bordetella pertussis.
A doença evolui em três fases sucessivas. A
fase catarral inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, que
podem ser confundidos com uma gripe: febre, coriza, mal-estar e tosse seca. Em
seguida, há acessos de tosse seca contínua.
Na fase aguda, os acessos de tosse são
finalizados por inspiração forçada e prolongada, vômitos que provocam
dificuldade de beber, comer e respirar.
Na convalescença, os acessos de tosse
desaparecem e dão lugar à tosse comum. Bebês menores de seis meses são os mais propensos
a apresentar formas graves da doença, que podem causar desidratação, pneumonia,
convulsões, lesão cerebral e levar à morte.
Transmissão.
Acontece principalmente pelo contato direto da
pessoa doente com uma pessoa suscetível, não vacinada, através de gotículas de
saliva expelidas por tosse, espirro ou ao falar.
Também pode ser transmitida pelo contato com
objetos contaminados com secreções do doente. A coqueluche é especialmente
transmissível na fase catarral e em locais com aglomeração de pessoas.
Prevenção.
Apenas os indivíduos que já tenham adquirido a
doença ou recebido a vacina DTP (mínimo de três doses) não correm o risco de
adquiri-la. Não existe característica individual que predisponha a doença, a
não ser presença ou ausência de imunidade específica.
Graças aos programas de vacinação, a
ocorrência de casos de coqueluche no Brasil (que já chegou a cerca de 36 mil
casos notificados por ano entre 1981 e 1991) vem sendo reduzida.
Contágio e tratamento.
A bactéria responsável por
transmitir a doença só afeta humanos e se chama Bordetella pertussis.
Ela produz uma toxina que entra na corrente sanguínea e causa as tosses típicas
da doença - intensas, que duram por mais de duas semanas e podem causar vômitos
depois. Mesmo após meses, os ataques de tosse ainda podem persistir.
Uma das sequelas da doença são os quadros
de pneumonia que podem dificultar a respiração das crianças.
Os primeiros sintomas surgem entre 1 até 3
semanas após o contato inicial com a bactéria causadora da doença. O tratamento
é feito a base de antibióticos.
Imunização.
A vacina de imunização prevê três doses
da tríplice, aplicadas aos dois, quatro e seis meses de idade.
Doses extras de reforço ao calendário infantil
são recomendadas aos 15 meses de idade e no período escolar (entre 4 e 6 anos).
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