FONTE: Rayllanna Lima, TRIBUNA DA BAHIA.
Em menos de um ano, o estado da
Bahia, por meio do Programa Mais Médicos,
já ampliou em 1.359 o número de médicos atuando na atenção básica de 367
municípios e 01 distrito indígena. Mais de 4 milhões de baianos já foram
atendidos. Os dados foram divulgados pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, no
“Seminário Mais Médicos para o Brasil, Mais Saúde para os Brasileiros”, que
aconteceu na tarde de ontem (26), no auditório da União dos Prefeitos da Bahia
(UPB).
O evento também contou com a presença do
secretário estadual da Saúde, Washington Couto, e de aproximadamente 30
prefeitos e prefeitas de cidades baianas, além de secretários.
No seminário, o ministro da Saúde divulgou números,
apresentando os impactos do programa na assistência à população. O levantamento
feito pelo Ministério da Saúde em cidades baianas que participam do programa
aponta crescimento de 50,7% no número de atendimento a consultas de urgência
nas unidades básicas de saúde.
Somente em janeiro deste ano, foram
contabilizadas 6.999 consultas no estado contra 4.643 no mesmo período do ano
anterior, quando a população ainda não contava com os profissionais do
programa. A quantidade de encaminhamentos a hospitais reduziu de 33,2%,
passando de 3.418, em janeiro de 2013, para 2.282 em janeiro de 2014, indicando
maior resolutividade na atenção básica.
“Ver os primeiros resultados é um momento de
qualificação da estratégia do programa Mais Médicos do Brasil. Em 10 meses de
existência, conseguimos trazer 13.300 médicos, o que responde a 100% a demanda
dos municípios”, afirmou Chioro.
No evento, o ministro fez questão de citar o
nome de cada um dos 30 prefeitos e prefeitas que estavam presentes. “Fiz
questão dessa exaustiva leitura, porque se a gente tem o Programa Mais Médicos
hoje, a gente deve fundamentalmente aos prefeitos e prefeitas, pela mobilização
que eles fizeram. Os municípios daqui da Bahia não estão sozinhos. Eles sabem
que podem contar, tanto com o estado, tanto com o Ministério da Saúde”, disse.
Arthur Chioro apresentou uma tabela com o
número de médicos por mil habitantes de diversos países, para mostrar que o
Brasil realmente sofre com a falta de médicos. Na tabela, o Brasil aparece com
1,8 médico por mil habitantes, diferente de países como Argentina e Uruguai,
que aparecem com mais de 3,0 médicos por mil habitantes. Na tabela, cinco
estados brasileiros apareceram com situação critíca. Acre, Amapá, Maranhão,
Pará e Piauí têm abaixo de um médico por mil habitantes.
A presidente da UPB e prefeita de
Cardeal da Silva, Maria Quitéria, aproveitou o seminário para pedir o apoio do ministro
na busca de mais recursos para a saúde. “Nós estamos fazendo uma força-tarefa
para ir a Brasília pedir por mais recursos para os nossos municípios”, disse.
O seminário que aconteceu ontem é um dos
vários seminários que estão sendo apresentados pelo ministro Arthur Chioro. O
evento já passou por 8 estados e 23 municípios, incluindo Salvador.
Avaliação.
Os municípios têm aceitado bem os médicos que
vieram através do Programa Mais Médicos. Ivan Fernandes, prefeito de Itambé –
município da microrregião de Itapetinga –, avaliou positivamente o programa, e
espera que o município seja beneficiado com mais médicos.
“Para Itambé está ótimo, apesar de apenas um
médico. Toda a população tem gostado bastante, aqueles que vão lá fazer as
consultas. Está muito bom, só estamos precisando de mais médicos. Que Itambé
seja beneficiado com, pelo menos, mais três médicos”, desejou Ivan.
Com aproximadamente 23 mil
habitantes, Belmonte recebeu, por meio do programa, três médicos cubanos e um
brasileiro. “Eles têm uma forma de atender no PSF [Programa de Saúde da Família] muito boa,
de forma pontual, de forma preventiva. Eles têm um cuidado especial com as
famílias. Pessoas que se identificaram muito com a comunidade. A população está
adorando, e se eu tivesse mais 3 ou 4 eu gostaria de levar para o meu
município. Porque colocar uma saúde funcionando em um município pobre, é muito
difícil”, relatou a prefeita Alice Maria.
Mais assistência.
Em todo o país, o número geral de consultas
realizadas na Atenção Básica cresceu quase 35% no mesmo período – foram
5.972.908 em janeiro de 2014 contra 4.428.112 em janeiro de 2013. Entre esses
atendimentos, teve destaque o de pessoas com diabetes, que aumentou cerca de
45% – passou de 587.535, em janeiro de 2013, para 849.751 em janeiro de 2014.
O governo federal já superou a meta de levar
médicos para os municípios de todo o país que aderiram ao Programa Mais
Médicos. Atualmente mais de 14 mil profissionais atuam em cerca de 4 mil
cidades. A maioria (75%) dos médicos está em regiões de grande vulnerabilidade
social, como o semiárido nordestino, periferia de grandes centros, municípios
com IDHM baixo ou muito baixo em regiões com população quilombola, entre outros
critérios de vulnerabilidade.
O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo
pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)
que amplia o acesso da população na atenção básica. Envolve provimento de
profissionais médicos, ações que impactam no processo de formação médica como
abertura de novos cursos, ampliação de vagas na residência médica, bem como
qualificação e investimentos na estrutura física das unidades básicas de saúde,
com o programa qualifica UBS.
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