FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
Após o governo federal divulgar a lista de
medicamentos tarja preta e vermelha isentos de impostos, a expectativa da
indústria farmacêutica é que haja uma queda de até 11% nos preços desses
produtos.
Atualmente, as vendas desse tipo de
substâncias representam de 30% a 40% do faturamento mensal das farmácias,
segundo farmacêuticos.
A estimativa de redução de preços é
da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
Entre os produtos, estão os remédios para tratamento de câncer, de uso crônico,
como para hipertensão, e asma. Ao todo, a lista, publicada no Diário
Oficial da União traz 174 itens que terão a isenção.
As substâncias fazem parte da composição de
medicamentos de tarja preta, vermelha e de alguns produtos para hemodiálise e
para alimentação por sonda. Com a atualização, 75,4% dos medicamentos vendidos
no país ficarão isentos de PIS/Cofins, segundo o Ministério da Saúde.
A última vez que o governo
atualizou a lista, que atualmente tem 1.643
itens, foi em 2007. A novidade foi recebida com esperança tanto para
farmacêuticos, quanto para consumidores. De acordo com Ludmila Batista,
farmacêutica da rede Bompreço, as substâncias de tarja vermelha e preta são as
mais procuradas pelos clientes, representando em torno de 40% da receita
mensal.
Batista explica que a resolução do
governo, caso seja em comum acordo com os laboratórios, irá trazer benefícios para os
consumidores e fomentar as vendas no setor. “Os clientes que não podem
ter acesso aos medicamentos na rede pública sofrem com os preços, que oscilam
mensalmente. Sendo um bom acordo entre farmácias e laboratórios, o consumidor
será beneficiado com o preço final”, explicou a farmacêutica.
A doméstica Zoraide Farias, de 58 anos, faz
uso do medicamento Actonel 35mg para o tratamento da osteoporose, além de mais
três antidepressivos tarja preta. Para manter o tratamento de uso contínuo, ela
conta que desembolsa mensalmente cerca de R$ 500.
A professora aposentada Maria Anunciação, de
62 anos, também faz uso de ansiolíticos e antidepressivos e faz queixa do
constante aumento dos medicamentos. “Espero que o governo resolva essa
situação. Ultimamente está difícil manter uma despesa fixa, já que todo mês os
preços sobem um pouquinho”, lamentou a aposentada.
O atendente Adailton Santos, que trabalha na
rede de Farmácias Pague Menos, disse que os consumidores desses produtos
representam mais de 30% do faturamento mensal. Por conta disso, a empresa
costuma dar descontos para seus clientes como forma de fomentar as vendas e ajudar
os consumidores que não têm acesso gratuito às substâncias.
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