FONTE: TRIBUNA DA
BAHIA.
Dados
da Associação Brasileira do Sono apontam que cerca de 6% das crianças e
adolescentes são portadores da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). O
distúrbio, que faz com que a pessoa pare de respirar durante o sono,
desencadeia uma série de complicações na garotada. “A apneia provoca
microdespertares que fragmentam o sono. Nos jovens, as consequências estão
relacionadas à falta de atenção na aula, queda no desempenho escolar,
hiperatividade, agressividade e cansaço persistente”, explica Kenya Felicíssimo,
única cirurgiã-dentista na Bahia titulada em Odontologia do Sono.
Os
fatores de predisposição, diagnóstico e tratamento da doença serão discutidos
por Kenya na tarde do próximo sábado, 1º de novembro, durante o CIOBA –
Congresso Internacional de Odontologia da Bahia. Felicíssimo ministrará uma
conferência para profissionais da área da Odontologia, no Centro de Convenções,
em Salvador.
O
evento, que tem público estimado em 8 mil pessoas, receberá
cirurgiões-dentistas de toda a América Latina. Kenya explica que o tratamento
da SAOS é multidisciplinar e é necessário que os pais fiquem atentos ao sono
dos filhos. “É importante que os pais observem se os filhos dormem normalmente.
Nem todo mundo que ronca tem apneia, mas todos os apneicos roncam, além de
terem pequenos engasgos (que ‘acordam’ o organismo, para que ele volte a
respirar) durante o sono. Estes sinais devem ser relatados ao médico e dentista
com título em sono, para que a suspeita seja investigada. Pesquisas indicam que
crianças com problemas para dormir tiram notas piores na escola e têm mais
dificuldade para aprender”, aponta Felicíssimo.
A SAOS
é uma doença crônica caracterizada por paradas respiratórias parciais ou totais
durante o sono. Entre suas principais consequências em crianças e adolescentes
estão o déficit de atenção, de concentração e de memória, baixo rendimento
escolar, comportamento agressivo e impaciente, ansiedade e ganho de peso. O
tratamento envolve uma avaliação e diagnóstico confirmado com exame de
polissonografia.
A SAOS
em crianças e adolescentes tem epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico e
tratamento distintos do adulto. Na infância, a principal causa para a
ocorrência da apneia está nas amígdalas e adenoides, que possuem tamanho
incompatível com a dimensão do crânio. “Respirar com a boca aberta durante o
sono não é normal e pode causar deformidades faciais e problemas com a
dentição”, pontua a profissional.
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