FONTE: Bruno Bocchini - Repórter da
Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Os jovens estão ouvindo música com fones de ouvido, a partir de dispositivos
móveis, em volumes bem acima do que é considerado seguro, como mostra estudo da
Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) e da Sociedade
Brasileira de Otologia (SBO).
Divulgado na quinta-feira
(30.10), o estudo revela que os alunos pesquisados ouvem música a 92 decibéis
(dB) em média, com picos até 109 dB. Uma furadeira pneumática, por exemplo,
emite sons entre 100 dB e 105 dB. Uma avenida movimentada tem, em média, ruído
de 85 dB.
“É urgente que sejam definidos
limites de volume para os dispositivos móveis, e que os pais ou responsáveis
conversem com as crianças e jovens para destacar os riscos de perdas auditivas
provocadas pelo som alto”, destacou Maria Inês Dolci, coordenadora
institucional da Proteste.
O levantamento analisou um grupo
de 68 alunos dos Colégio Marista Arquidiocesano e do Colégio Dante Alighieri,
na capital paulista. Os estudantes, que participaram espontaneamente da
pesquisa, têm de 11 a 18 anos.
Do total, 21 alunos afirmaram que
ouvem música de duas a quatro horas diárias, tempo considerado excessivo para
uso dos fones.
De acordo com o presidente da SBO
e diretor do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo, o
médico Paulo Roberto Lazarini, o descuido dos jovens com a saúde auditiva é
mais norma do que exceção no Brasil.
“As pessoas só vão ao otorrino
quando estão com infecções, dores de ouvido ou perdas auditivas graves. Também
costumam ver televisão e ouvir música em volumes muito elevados, o que, em
algum momento de suas vidas, causará problemas sérios à audição”, destacou.
Os resultados do levantamento
foram enviados às autoridades do Ministério da Educação e das secretarias de
Educação de São Paulo e do Rio de Janeiro.
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