FONTE: Daniela Pereira e Daza Moreira, TRIBUNA DA BAHIA.
Os números são alarmantes quando o assunto é câncer do colo de útero. De acordo
com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), este ano, são esperados
15.590 novos registros de câncer do colo do útero, com um risco estimado de
15,33 casos a cada 100 mil mulheres no país. Já na Bahia, a estimativa é de
1.120 casos detectados, sendo 260 deles em Salvador. Os índices nacionais ainda
revelam 28,6% de aumento nos óbitos em 10 anos, passando de 4.091, em 2002,
para 5.264, em 2012.
A doença está diretamente
relacionada à prática sexual, por isso dentre os principais métodos de
prevenção está o uso de preservativo durante as relações, o que impede a infecção
pelo HPV. Quase todos os casos de câncer de colo do útero tem como fatores
associativos o HPV, mas nem todo mundo que tem HPV pode ter câncer, pois ele
sozinho não causa a doença. É necessário, também, que haja outros fatores
associativos oncongênicos como: múltiplos parceiros e predisposição genética.
Segundo o Diretor do Centro
Estadual em Oncologia (CICAN), Douglas Nascimento, o câncer se desenvolve cerca
de 10 a 15 anos após a mulher ter se infectado com o HPV. Depois de
diagnosticada, a paciente é direcionada a um tratamento que é oferecido na rede
pública em instituições como o CICAN e hospitais como o Aristides Maltez, Santa
Izabel e São Rafael. “Deve ser realizada uma cirurgia para retirada da lesão e
em seguida é feito tratamento de radioterapia e quimioterapia”, explica o
médico.
Considerada uma das mais comuns
doenças sexualmente transmissíveis (DST), o HPV ainda é pouco conhecido entre a
população brasileira. Com mais de 100 tipos de vírus, ele é classificado em
números. O vírus é contraído, principalmente, através de relação sexual
desprotegida com algum infecto, porém, como é um vírus, pode ser encontrado no
ar e, em possibilidades remotas, através de roupas e compartilhamento de
materiais mal esterilizados.
O câncer do colo de útero é o quarto
mais comum entre as mulheres, com 527 mil casos novos no Brasil. Em geral, ele
começa a partir de 30 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico
etário entre 50 e 60 anos. Contudo, podem ocorrer casos até mesmo em mulheres
que já estão na menopausa. O câncer do colo do útero não tem relação com o fato
da mulher já ter engravidado ou amamentado e pode voltar a surgir mesmo após o
tratamento.
Além da prevenção no ato sexual é
necessário que as mulheres realizem anualmente o preventivo ginecológico, exame
que pode detectar o câncer, pois em estágio inicial ele não apresenta sinais ou
sintomas. Cerca de nove a cada dez casos de câncer de útero têm ligação com a
presença do vírus HPV no organismo. Caso ocorra o diagnóstico, médicos alertam o
paciente a avisar o parceiro para que ele procure auxílio médico imediato. Para
Douglas, a principal solução para a redução dos casos ainda é a prevenção e os
cuidados com a saúde que toda mulher deve ter, “Não se pode deixar de ir
frequentemente ao ginecologista”, afirma. Segundo o médico quando o câncer é
detectado em seu estágio inicial, as chances de sucesso no tratamento são muito
maiores.
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