FONTE: Carlos Madeiro, do UOL, em Maceió (noticias.uol.com.br).
A
vereadora Lucimara Passos (PCdoB) durante discurso na Câmara de Aracaju em que
tirou uma calcinha do bolso e mostrou aos colegas.
A vereadora Lucimara
Passos (PCdoB) usou a tribuna da Câmara de Aracaju, na
terça-feira (25), para fazer um discurso inusitado de crítica ao colega Agamenon
Sobral (PP), durante o qual o chamou de
"criminoso" e o desafiou a lhe dar "uma surra".
Durante o discurso, a vereadora tirou uma
calcinha do bolso, mostrou aos colegas e disse que estava sem a peça íntima em
protesto contra o vereador Agamenon - que na semana passada teria chamado de
vagabunda uma mulher que quis se casar sem calcinha e teria dito que ela
merecia "uma surra".
"Hoje vim com um vestido mais curto. Também
trouxe a minha calcinha no bolso. Alguém pode me chamar de vagabunda? Alguém
pode dizer que tenho de ser surrada?", questionou, para silêncio da casa.
E questionou os parlamentares: "Os senhores
não podem me julgar, nem julgar uma mulher pela roupa que ela veste, em função
da calcinha que usa ou se não usa. Isso não define o meu caráter. Será que vão
me dar uma surra quando eu descer daqui?".
A vereadora pediu punição ao colega que fez o
pronunciamento. "Esse vereador já cometeu aqui vários crimes. Antes de
chamar a mulher de vagabunda, dizer que merecia uma surra, disse que ia começar
a andar armado, que a população tinha de se armar, que tinha de pendurar
bandido de cabeça para baixo. E essa Casa não fez nada para puni-lo; tornou-se
conivente com esse vereador; não disse a ele que ele não pode proceder dessa
maneira", afirmou.
O discurso da vereadora fez alusão ao dia 25 de
novembro, quando é celebrado o Dia Internacional de Combate à Violência contra
a Mulher. "Infelizmente, ainda nos deparamos com certo tipo de
comportamento desprezível, abominável, que ainda enxerga a mulher como
propriedade do homem. Esse é um dos maiores fatores da violência. Enquanto o
homem não se libertar desse sentimento, as mulheres serão vítimas", disse.
Em entrevista a veículos de comunicações de
Aracaju, o vereador disse que a vereadora estava querendo "aparecer"
e pediu para ser investigado. "É direito do vereador contestar. Sobre a
Comissão de Ética, quero que seja efetivada porque já cansei de provar várias
vezes sobre tudo o que trato aqui. Não tenho medo. A vereadora pode vir para
tribuna de calcinha ou sem, como quiser, o problema é dela."
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