FONTE: Agência
Brasil, CORREIO DA BAHIA.
Teste de perfil genético para o
câncer de mama mapeia os 70 genes do nódulo e indica se o tumor é de baixo
risco ou de alto risco.
No Dia
Nacional de Luta contra o Câncer, comemorado nesta quinta-feira (27), médicos
defendem a incorporação do teste de perfil genético para o câncer de mama no
rol dos procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS) e no Sistema Único de
Saúde (SUS). Disponível em algumas unidades particulares do país, a tecnologia
importada mapeia os 70 genes do nódulo e indica se o tumor é de baixo risco ou
de alto risco.
A
presidenta da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à
Saúde da Mama (Femama), Maira Caleffi, lamentou que hoje muitas mulheres acabem
tendo que passar por sessões de quimioterapia sem precisar.
“Na
dúvida, os médicos recomendam a quimioterapia. Metade dessas pacientes, em
estágio 1, com axila negativa e tumores pequenos, acaba tendo que fazer a
quimioterapia sem nenhum benefício significativo”, disse Maira. “A indicação é muito restrita, e o teste pode ser
incorporado ao SUS sem grandes repercussões nos recursos públicos. Mas os
critérios devem estar muito bem definidos para a utilização desses testes”, alertou.
A presidenta da Femama acredita que no futuro, com maior conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce, mais mulheres poderão se beneficiar com o teste. “Essas pacientes são cada vez mais comuns. O triste é não ter esses casos, pois muitas pacientes ainda aparecem com tumores grandes e axila comprometida, que nem dá margem para dúvida: recomendamos a quimioterapia”.
A presidenta da Femama acredita que no futuro, com maior conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce, mais mulheres poderão se beneficiar com o teste. “Essas pacientes são cada vez mais comuns. O triste é não ter esses casos, pois muitas pacientes ainda aparecem com tumores grandes e axila comprometida, que nem dá margem para dúvida: recomendamos a quimioterapia”.
De acordo com a entidade internacional Early
Breast Cancer Trialists Collaborative Group, entre
30% e 40% das mulheres com câncer de mama no mundo não precisariam de
quimioterapia.
Para o
presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ruffo de Freitas Junior, além
de poupar a mulher com tumor mais brando do uso da quimioterapia, o teste no
sistema público de saúde pouparia gastos.
“Essa
plataforma gênica separa de maneira exemplar e muito segura as pacientes que
vão precisar de quimio e as que não vão”, comentou. “O tratamento de
quimioterapia tem entre quatro e oito ciclos. Cada ciclo custa de R$ 6 mil a R$
8 mil. Atualmente, o estudo custa aproximadamente entre R$ 10 mil e R$ 12 mil.
Dois ciclos de quimioterapia já pagariam o teste”, argumentou o médico.
A
publicitária paulista Flávia Mantovanini, 43 anos, descobriu no exame de rotina
que tinha um tumor maligno de nível 2. Após a cirurgia, o médico indicou a
quimioterapia como forma de prevenção, mas Flávia optou por fazer o mapeamento
genético com recursos próprios para tentar evitar a químio.
“Com
essa identificação, vi que era um problema hormonal e que havia poucas chances
de voltar. É um exame caro, mas aceitei fazer, porque a quimioterapia é
realmente muito agressiva,” contou ela, que atualmente faz uso de remédio
preventivo, que terá que tomar por dez anos. “A operação foi há seis
meses e estou ótima”, disse.n
Um
estudo sobre o perfil de câncer de mama das mulheres de acordo com as regiões
do país, desenvolvido pela Universidade de São Paulo, aponta que os casos da
doença são mais comuns no Sul e Sudeste, porém mais agressivos no Norte e
Nordeste. Divulgado em outubro, o estudo mostrou que no Sul e Sudeste a
incidência do tumor triplo negativo (mais agressivo) é aproximadamente 14%,
enquanto no Norte o índice sobe para 20,3% e no Nordeste e Centro-Oeste vai
para 17,4%.
Já os tumores do tipo luminal A (baixo risco) representam 30,8% dos casos
relatados na Região Sul e 28,8% no Sudeste. A frequência desse tipo de câncer
cai para 24,1% no Nordeste, 25,3% no Norte e 25,9% no Centro-Oeste.
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