FONTE: Isabela Vieira, da
Agência Brasil, (no Rionoticias.uol.com.br).
A melhoria da
qualidade de vida dos brasileiros e o maior acesso à saúde provocaram queda da
mortalidade por câncer. Levantamento divulgado na sexta-feira (28) pelo
Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que entre 2003 a 2012, a redução de
mortes por diversos tipos de câncer foi 0,53% entre os homens e 0,37% entre as
mulheres. O cálculo foi feito com base nas taxas de mortes a cada 100 mil
pessoas por ano, registradas pelo Ministério da Saúde.
A letalidade do
câncer de estômago foi a que mais diminui: 2,9% entre os homens e 2,49%, entre
as mulheres. A redução é associada a avanços no saneamento básico e à
conservação de alimentos, segundo o coordenador de Prevenção e Vigilância do
Inca, Cláudio Noronha. "O saneamento reduziu a prevalência da bactéria
helicobacter pylori, fator de risco, e os refrigeradores mantém alimentos mais
frescos e saudáveis, e exigem menos sal na conservação", disse.
Entre os dez tipos de
câncer que mais causam mortes, o câncer de mama, de colo de útero e de
próstata, também apresentaram reduções, de 0,01% (estabilidade), 1,62% e 0,39%.
Como o número de pacientes com as doenças tem aumentado, os médicos comemoraram
a queda da mortalidade, atribuída a maior acesso ao diagnóstico e ao
tratamento.
O coordenador do Inca
levantou preocupação com o câncer de pulmão entre as mulheres. Entre 2003 e
2012, a mortalidade caiu 1,65% em homens e aumentou 1,47% em mulheres. O
percentual é impactado por pessoas que fumaram nos últimos 20 a 30 anos.
"Se o Brasil não tivesse tido a política atual, de controle do tabagismo,
a situação seria outra. Estudos mostram que cerca de 300 mil mortes foram
evitadas", frisou.
De acordo com
levantamento do Inca, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste têm as menores
taxas de mortalidade por câncer. No Norte e Nordeste, o aparente aumento está
ligado ao aperfeiçoamento dos indicadores. Antes, as mortes por câncer eram
registradas como indefinidas. "O médico atestava o óbito, mas não sabia
dizer a causa. Hoje, [a razão das] mortes foram descortinadas. Por isso, para o
Norte e Nordeste o padrão de informação é bem melhor", esclareceu Noronha.
O câncer é a segunda
causa de morte no país, atrás das doenças cardiovasculares. Em terceiro lugar
estão os acidentes, como os automobilísticos, e mortes violentas. São fatores
de risco para a doença a obesidade e hábitos não saudáveis, como o fumo, a
ingestão de bebidas alcoólicas e refrigerantes, além de fatores hereditários e
o envelhecimento.
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