FONTE: Elioenai Paes, iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Cérebro pode ser estimulado em
qualquer época da vida para melhorar a memória. Exercícios mentais diários e
atividade física estão entre as dicas. Conheça outras.
“O
cérebro é plástico”. A frase da neurologista Sônia Maria Brucki, da Faculdade
de Medicina da USP é uma ótima notícia para quem está preocupado com a própria
capacidade de memorizar coisas.
Mas,
como assim? É que órgão tão nobre, explica a médica, pode ser trabalhado em
qualquer idade e responderá bem aos estímulos. Para melhorar a memória,
portanto, o segredo é colocar o cérebro para se exercitar e afastar
causas que podem prejudicá-lo.
A
memória é uma função muito complexa, tanto que até hoje os cientistas não
conhecem todas as funcionalidades desse órgão vital. Dentro dos conhecimentos
atuais, no entanto, sabe-se que alguns fatores que prejudicam a memória não são
modificáveis.
A
idade, por exemplo, é implacável, diz a especialista. É considerado
absolutamente natural ter uma queda na capacidade de memorização na terceira
idade.
Além disso,
a genética também não pode ser revertida. Outros fatores, no entanto, são
controláveis e podem garantir uma memória saudável por mais tempo.
Manter
a pressão arterial dentro dos níveis adequados, controlar o diabetes e os
níveis de colesterol no sangue, bem como não fumar, manter-se dentro do peso
ideal, fazer exercícios físicos, ter uma dieta saudável e rica em ômega 3 e
exercitar o cérebro com atividades cognitivas ajudam a manter as lembranças
turbinadas.
A
professora da USP esclarece que o consumo de ômega 3 tem um papel importante na
proteção do cérebro. Além dele, o ômega 6, 9, a vitamina E e o ácido fólico são
amigos da memória. Uma dieta adequada, associada eventualmente à suplementação
de ômega 3, também ajudam.
O
neurologista do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho,
Custódio Michailowsky, explica que a memória é dividida em três partes: a ultra
recente, a recente e a cristalizada.
“Essa
memória cristalizada é algum fato ou técnica que alguém adquire e armazena em
determinadas áreas do cérebro”.
Esse
armazenamento, conta o médico, é parecido com aquele que se vê em bibliotecas.
Há inúmeras estantes de livros, que são encontrados facilmente por meio de
organização e catalogação cuidadosos. O cérebro faz o mesmo caminho para
procurar a memória que deve ser encontrada.
O
estresse, a depressão e outros fatores, porém, prejudicam, e muito, a busca
pelo “livro”. “É como se tivesse acontecido um blecaute cerebral. Muitos
circuitos estão sendo utilizados que chega até a esquentar o cérebro,
dificultando a realização da atividade corriqueira”, diz o neurologista.
O
médico alerta que não é possível resgatar uma memória se ela não foi armazenada
com carinho. “É preciso ter interesse e foco naquela coisa que estamos tentando
reter”, diz.
Michailowsky
conta que os lapsos de memória são situações fisiológicas e estão vinculados ao
estado emocional da pessoa, ao estresse e ao alto nível de cortisol (hormônio
do estresse) em conjunto com a adrenalina (outro hormônio).
“A
pessoa não consegue resgatar aquela informação que estudou, aprendeu ou
adquiriu. O estresse faz com que ela fique bloqueada”.
Quando
a situação é natural, basta o individuo se acalmar que a lembrança vem à tona.
Se os lapsos se tornarem frequentes, mesmo em situações em que não há estresse,
é necessário procurar um médico para afastar outras causas, como a demência
senil, nos casos dos maiores de 65 anos.
“O
esquecimento é sinal de alerta quando ele prejudica as coisas básicas da vida
diária. Por exemplo, a pessoa começa a esquecer o carro no estacionamento,
perde objetos de grande valor, começa a perder dinheiro”, alerta o
neurologista.
Quer aliviar o cansaço? Veja alguns alimentos que ajudam:
-- O
arroz integral carrega nutrientes essenciais para combater o desânimo:
vitaminas B1, B2, B3 e B6 ajudam a melhorar a disposição.
-- A
quinoa é fonte de vitamina B1, B2, B3 e B6, que ajuda a glicose a se
transformar em energia, além de atuar na função cerebral.
-- Aveia
também é rica em B1, B2, B3 e B6.
-- A
vitamina B12 atua na função cerebral, participando da formação de
neurotransmissores. Ela pode ser encontrada na gema do ovo, por exemplo.
-- Para
quem é vegano, as algas são alternativas para se consumir vitamina B12.
-- Gergelim
é fonte de magnésio, que, além de ser importante para gerar energia para todas
as células, atua nas células musculares.
-- Frutas
como a banana também são fontes de magnésio.
-- A
chia também é fonte de magnésio, que melhora também o relaxamento dos músculos.
-- Linhaça
também é uma opção quando se procura magnésio.
-- O
abacate, por exemplo, além de conter gorduras boas, é uma opção para ingerir
magnésio naturalmente pela dieta.
-- Vegetais
verde escuros, como a couve, são ricas em vitamina B9 (ácido fólico), que atua
na função cerebral e na formação dos neurotransmissores.
-- Brócolis
também é rico em vitamina B9.
-- As
ervilhas também contêm vitamina B9.
-- Feijão:
fonte de vitamina B9.
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