Criar armadilhas e
incinerar mosquitos com raquetes elétricas têm sido alternativas encontradas
por moradores da capital e do interior paulista para não entrar nas
estatísticas dos infectados pela dengue. Foram 257.809 casos da doença
registrados no Estado até o dia 28 de março, segundo levantamento do Ministério
da Saúde.
Um tambor, um pedaço
de tule, um elástico e água. Esses são os componentes da armadilha criada pelo
comerciante Luiz Artur Cane, de 58 anos, que resolveu interromper a
proliferação dos mosquitos atraindo as fêmeas para um reservatório com tela que
impede a saída dos insetos em fase adulta. "É um tecido que eu deixei
submerso na água. O mosquito deposita os ovos, eles viram larvas, que se
transformam no mosquito. Quando ele cresce, não consegue sair."
Cane é dono de um
restaurante no Butantã, zona oeste da capital, e relata que nunca teve a
doença. "A gente fica preocupado e procura não deixar nenhum recipiente
com água."
Na semana passada, o
comerciante mostrou seu projeto para o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
"Isso não gasta uma gota de inseticida e pode ser feito com baixo
custo." Em nota, a assessoria do governador informou que o encontro
aconteceu após agenda pública. "O governador Geraldo Alckmin recebe toda e
qualquer iniciativa que contribua para o bem-estar da população."
Já o colete do
ajudante-geral Luís Carlos da Silva, de 42 anos, é uma vitrine. E seu principal
produto são as raquetes elétricas usadas para matar mosquitos, que estão
fazendo sucesso nas lojas de variedades da Rua 25 de Março, na região central.
"Olha a raquete, é a churrasqueira do mosquito", grita Silva,
enquanto ativa os choques com um objeto metálico.
Silva contou que, em
dias com muito movimento, chega a vender 160 unidades. Cada uma custa R$ 15,99.
A procura surpreendeu Ondamar Ferreira, gerente de uma rede de lojas de
variedades. "A elétrica é a top de vendas. Superou as nossas expectativas,
mas faz sentido. A dengue está crescendo." Segundo Ferreira, as vendas
aumentaram 30% desde janeiro.
A cabeleireira
Marilza Aparecida Fernandino, de 52 anos, mora em Sorocaba, no interior
paulista, uma das cidades mais afetadas, e foi à rua para comprar uma raquete
de reserva. "Se uma estiver descarregada, eu uso a outra. Estou muito
preocupada com a dengue." Amiga de Marilza, a manicure Claudia Betânia de
Carvalho de Oliveira, de 42 anos, é adepta da técnica fulminante de eliminar os
mosquitos.
*** As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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