quinta-feira, 23 de abril de 2015

DIMINUI O NÚMERO DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS, MAS CRESCE A OBESIDADE...

FONTE: Chayenne Guerreiro, TRIBUNA DA BAHIA.

A desnutrição infantil no Brasil já foi o maior problema de saúde pública do país.

A desnutrição infantil no Brasil já foi o maior problema de saúde pública do país. Na década de 70, 30% das crianças entre 5 e 9 anos estavam com déficit de altura, um forte indicador de desnutrição de longa data na infância. Cerca de 45 anos depois, o país conseguiu reduzir consideravelmente o problema, pelo menos, é o que informa o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura (FAO). Segundo a FAO, foram reduzidas em  58% o número de mortes de crianças desnutridas.
Apesar da vitoria considerável o problema está longe de ter acabado. Ainda existem cerca de 60 mil crianças menores de um ano de idade consideradas desnutridas.  São no Norte e no Nordeste, que as situações estão mais criticas.
Como se não bastasse, o número de crianças com obesidade tem crescido alarmadamente. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), 7,3% das crianças com menos de 5 anos estão com excesso de peso. Já entre 5 e 9 anos, esse percentual de crianças chega a 33,5%. Na adolescência, o quantitativo é de 20,5%. 
De acordo com a nutróloga pediatra, Junaura Barreto, desnutrição é um estado patológico causado pela falta de ingestão ou absorção de nutrientes. Já a obesidade é uma doença que cursa com o acúmulo excessivo de gordura corporal e tem múltiplos fatores causais. “A desnutrição energético-proteica é um estado patológico causado pela falta de ingestão ou absorção de nutrientes, podendo  levar à   morte  nos casos graves. Obesidade Infantil  é uma  doença  multifatorial, que  está representada principalmente  pelo excesso de peso  adequada para idade e estatura da criança, e  tem complicações diversas associadas,” explicou.
A depender da gravidade da desnutrição, ela se divide em três graus. Em casos muito graves, as consequências podem chegar a ser irreversíveis, mesmo que a criança continue com vida. A doença pode também ser leve e não apresentar nenhum tipo de sintoma. “A falta de alimentos  por falta de recursos  diversos, doenças que prejudiquem a  absorção destes nutrientes  ou que causem perdas dos mesmos, são os principais responsáveis pela desnutrição. Os prejuízos vão desde  infecções recorrentes, déficits  cognitivos e motores, a infecções graves que podem levar à  morte,” contou a pediatra.
Ainda segundo Barreto, no caso da obesidade, a alimentação com excesso de calorias e desequilíbrio de nutrientes somado ao baixo nível de atividade física é a principal causa do excesso de peso. “Causas genéticas, doenças  e  a obesidade por excesso de ingestão calórica, sendo que a última  não deixa de  ser multifatorial  e ter o componente genético envolvido, são alguns dos fatores causadores da doença. Os efeitos da  obesidade, são a  hipertensão,  desenvolvimento da resistência  à  insulina (estado pré-diabetes),  alterações cardiovasculares, doença aterosclerótica se  iniciando, alterações ortopédicas (coluna, joelho), alterações  respiratórias (apneia do sono), dentre  outras,” disse.
De acordo com a nutróloga pediatra, Junaura Barreto, existem cuidados que os pais devem ter com a alimentação das crianças, e que começam ainda na gestação. “A principal forma de prevenção se inicia  na gestação, com cuidados maternos para que tenha uma programação metabólica adequada deste feto.  A alimentação da mãe, os cuidados com a saúde da gestante de modo geral. Após o nascimento o investimento no aleitamento materno, este exclusivo até  o sexto mês de  vida, previne  obesidade e doenças  crônicas e  evita  os erros alimentares que  podem acarretar  em  um comprometimento do  estado  nutricional da criança . Na  introdução da alimentação  complementar  até o segundo ano de  vida da  criança, deve-se  evitar o  uso de  alimentos industrializados , o açúcar  e o uso  de sal d e adição em excesso,” finaliza.
Curso orienta sobre distúrbios nutricionais. 

Estão abertas as inscrições para a 4ª edição do Curso de Atualização em Nutrologia Pediátrica (Canp), que será realizado pela Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) nos dias 24 e 25 de abril. A capacitação é direcionada a pediatras e residentes de pediatria e tem como objetivo auxiliar na prevenção e redução da prevalência de distúrbios nutricionais no Brasil.O treinamento será das 8h às 12h e das 14h às 18h, na sede da Sobape, na Pituba. Informações e inscrições pelo telefone (71) 3341-6013.

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