FONTE:, (disneybabble.uol.com.br).
Grávidas
ou não, mulheres costumam sofrer bastante com o inchaço do corpo.
Responsável pelo incômodo diário de boa
parte da população feminina brasileira, o inchaço é mais comum do que se
imagina. A retenção de líquido, como é chamada clinicamente, afeta muita gente
e, contrariando o senso comum, nem sempre está ligada à idade ou tipo
físico da mulher.
“A mulher não precisa estar necessariamente acima do peso para
apresentar inchaço em algum período do mês”, tranquiliza a endocrinologista e
clínica geral Giulianna Pansera. A boa notícia é que o problema pode ser
tratado, aliviado e até prevenido.
Mas por que as mulheres sentem mais esse incômodo que a turma masculina?
Pode-se dizer que, sim, os hormônios são os vilões da história.
“As variações hormonais são muito mais frequentes nas mulheres e causam
esse inchaço, principalmente no período pré-menstrual e durante a gestação,
quando encontram-se em níveis superaltos”, explica.
Apesar disso, algumas atitudes do cotidiano acabam dando um
empurrãozinho para aumentar esse desconforto, como a má alimentação e o
sedentarismo.
O que há por trás.
O que você ingere está diretamente ligado à retenção de líquido que tem.
Então, faça um favor ao seu corpo e esqueça alimentos ricos em sódio, produtos
industrializados, embutidos, bebidas enlatadas, temperos prontos. Ou seja, tudo
o que é artificial.
“Quem come muita gordura e açúcar tem propensão de ficar mais inchada.
Pessoas que não praticam atividade física frequente tendem a reter mais
líquidos também”, alerta a endocrinologista Giulianna Pansera.
A blogueira Pat Perri, de 39 anos, lida com o inchaço quase que
cotidianamente, desde seus 10 anos.
“Tirando a fase da menstruação, também retenho líquido no verão, quando
os dias são muitos quentes, ou se fico muito sentada. Outra alteração que noto
é quando consumo alimentos com sódio. Não sou acostumada a me alimentar dessa
maneira mas, quando acontece, já sinto a diferença no corpo todo”, conta.
Além do desconforto ao andar, deitar ou sentar, o inchaço também chega a
refletir na balança. “Na fase menstrual, por exemplo, chego a ‘engordar’ até 3
kg”, diz Pat.
O que ajuda.
Além de cuidar da alimentação e da movimentação diária do corpo, alguns
cuidados podem ser incorporados no seu dia a dia, para aliviar o desconforto
causado pela retenção líquida.
A endocrinologista Giulianna Pansera lista atitudes simples que
você pode adotar a partir de agora.
o
Tomar (no mínimo) 2 litros de
água por dia. “Isso estimula o funcionamento dos rins e a eliminação do excesso de
líquido e toxinas”, explica Giulianna.
o
Praticar pelo menos 30 minutos
diários de atividade física. Mas, calma lá, não precisa
virar “rata” de academia ou atleta, não. “Faça uma caminhada todos os dias que
você logo nota a diferença”, garante a médica.
o
Evitar alimentos ricos em
sódio, embutidos, temperos prontos. Já falamos sobre isso, mas
não custa nada bater na mesma tecla. Sabe a tabela nutricional impressa na
embalagem dos produtos? Em vez de olhar só as calorias, vale conferir o quanto
de sódio e açúcar cada alimento carrega. Você vai se surpreender!
o
Evitar sucos que não sejam
naturais. Em substituição, a médica sugere apostar no chá verde todos os dias.
“Ele tem propriedades excelentes para a saúde e, uma delas, é ser diurético”,
avisa.
o
Fazer drenagem linfática pelo
menos duas vezes por semana: “Isso pode ajudar bastante a
diminuir a retenção”, diz.
Inchaço na gravidez.
O edema durante a gestação merece atenção. Afinal, esse incômodo é
bastante frequente no dia a dia das futuras mamães e, em boa parte dos casos,
previsto.
“As grávidas têm alterações hormonais intensas que causam um aumento do
volume sanguíneo e também da retenção hídrica. Além disso, com o aumento do
útero dentro da cavidade abdominal, ocorre uma compressão dos grandes vasos,
dificultando o retorno venoso do sangue dos membros inferiores para o coração”,
explica a médica.
Mayara Pereira, de 28 anos, percebeu as alterações no corpo logo no
início da gestação. “Já tinha problema com inchaço antes de engravidar, mas
agora sinto a retenção mais forte”, conta a bancária, que sente mais
desconforto nos pés e mãos.
Para evitar essa sensação, a endocrinologista chama atenção ainda mais
para a alimentação e para os exercícios físicos leves nesse momento da vida da
mulher.
Se a gestante trabalha sentada, por exemplo, é aconselhável levantar e
fazer caminhadas de 5 minutinhos. Assim, ajuda o corpo a reativar a circulação
sanguínea.
“As grávidas que têm uma tendência maior à retenção devem ficar longe
dos sapatos de salto e de bico fino”, alerta a médica. E é justamente o que
Mayara eliminou já nos primeiros meses.
“Desde o início não conseguia usar alguns sapatos. Precisei investir em
palmilhas mais confortáveis e um número maior que o meu”, conta a futura mamãe
de Arthur.
Para aliviar as tensões da retenção de líquido, a bancária toma bastante
água, aposta em drenagem linfática e usa o método tradicional de colocar os
“pés para cima e as mãos para baixo”. “Assim melhora a dormência”, diz ela, aos
8 meses de gestação.
Mesmo muito comum durante a espera do bebê, o inchaço nem sempre deve
ser tratado como apenas uma retenção líquida pelas grávidas. É sempre bom ficar
de olho nos detalhes.
“Se o inchaço atingir o rosto e os olhos é um sinal de alerta. Aí é
aconselhável procurar um médico e sempre monitorar a pressão arterial”, avisa
Giulianna.
A fiscalização do peso extra também é obrigação para quem tem tendência
em reter líquido. Evitar engordar mais do que o normal durante a gestação é uma
boa estratégia para fugir do inchaço.
Atenção para medicações.
Repetindo, nem sempre o inchaço deve ser visto como uma mera retenção de
líquido cotidiana causada por fatores externos ou hormonais. Giulianna Pansera
alerta sobre o uso de medicamentos ingeridos de forma crônica.
Anticoncepcionais orais e corticoides, por exemplo, favorecem essa
retenção. “Algumas doenças, como o hipotireoidismo, podem gerar até 5 kg a mais
no corpo. Por isso, é importante sempre procurar um médico para investigar bem
as causas do inchaço”, diz.
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