FONTE: Thais Borges (thais.borges@redebahia.com.br) CORREIO DA BAHIA.
O Butantan
poderá disponibilizar 13 mil doses da vacina para o estudo antecipado, que será
feito em ambiente controlado.
Diante dos números preocupantes da dengue, um alento: uma
vacina desenvolvida no Brasil pode iniciar nova fase de testes, em
breve. Na semana passada, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo
Rebelo, se reuniu com pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, para
agilizar a autorização, com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), da terceira fase de testes clínicos da vacina produzida pelo
laboratório.
O Butantan poderá disponibilizar 13 mil doses da vacina
para o estudo antecipado, que será feito em ambiente controlado. Elas serão
destinadas a voluntários que moram em locais onde há grande incidência da
doença. Além disso, a multinacional francesa Sanofi pode liberar sua vacina
contra a dengue ainda no final deste ano.
No entanto, a eficácia do produto é de apenas 60,8% e é
preciso aplicar os anticorpos em três fases. Já a Fundação Oswaldo Cruz, que
trabalha com duas frentes de pesquisa para a criação da vacina, ainda não tem
previsão de quando o produto ficará pronto.
O grande desafio é chegar a uma vacina que seja eficaz
contra todos os quatro sorotipos do vírus, simultaneamente, de acordo com o
Instituto Oswaldo Cruz (IOC), responsável por uma das frentes desde 2008. A
pesquisadora Ada Alves, que dirige o estudo do IOC, concluiu, no ano passado, a
fase de testes da vacina em camundongos, com 100% de aproveitamento.
Pela proposta, duas estratégias de imunização fazem parte
da mesma vacina, através de engenharia genética. Agora, a produção deve seguir
para a fase de testes com primatas. Só depois disso é que devem começar os
testes clínicos em adultos, mas, segundo a assessoria do IOC, não há nenhuma
previsão para quando isso vai acontecer.
Já o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da
Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos) desenvolve, desde 2009, uma vacina em
parceria com a companhia britânica GlaxoSmithKline (GSK). A assessoria do
Bio-Manguinhos foi procurada, mas não respondeu as perguntas da reportagem até
o fechamento da edição.
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