FONTE : *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Vários estudos já
mostraram que ser casado pode aumentar a longevidade de um homem. Mas não pense
que ter mais de uma mulher pode trazer vantagem extra. De acordo com um estudo
feito por pesquisadores do Hospital King Faisal, na Arábia Saudita, polígamos
têm quase cinco vezes mais risco de sofrer doenças cardíacas.
Trabalhos anteriores
já tinham mostrado que pessoas casadas tendem a sofrer menos estresse e,
portanto, apresentam melhores índices de saúde. Mas quase não havia pesquisa
sobre o impacto da poligamia, algo que é praticado em algumas regiões do Norte
e Oeste da África, do Oriente Médio e da Ásia.
Os resultados foram
apresentados no Congresso da Sociedade de Cardiologia da Ásia e do Pacífico, a
partir de pacientes atendidos com angina (dores no peito) em cinco hospitais da
Arábia Saudita e dos Emirados Árabes. Ao todo, foram avaliados 687 homens,
com idade média de 59 anos. Desses, 56% tinham diabetes, 57% tinham hipertensão
arterial e 45%, histórico de doença arterial coronariana.
Dois terços dos
pacientes tinham apenas uma mulher; 19% tinham duas, 10% tinham três e 3%
tinham quatro esposas. Os polígamos eram, em geral, os mais velhos. Eles também
tinham melhor renda e viviam principalmente em áreas rurais.
Os pesquisadores
observam que homens com mais de uma mulher precisam garantir o sustento das
famílias, o que aumenta a pressão para ter um emprego extra e viajar com mais
frequência. Tudo isso pode ter impacto na saúde, informaram os autores do
estudo em reportagem do jornal britânico Daily Mail.
A pesquisa mostrou
que os homens que praticavam a poligamia tinha um 4,6 vezes maior risco de
doença arterial coronariana e um risco 3,5 vezes maior de apresentar
estreitamento da artéria principal esquerda. Eles também tinham um risco
2,6 vezes mais elevado de sofrer de doença microvascular coronariana, que afeta
as paredes dos pequenos vasos sanguíneos no coração.
Os autores do estudo
observam que é preciso analisar com mais profundidade outras variáveis, como o
nível de atividade física, a dieta e questões genéticas. Mas, a princípio, tudo
indica que ter mais de uma mulher não é só alegria.
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões
sobre saúde, sexo e comportamento.
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