Ter dor nas costas é
algo comum, afeta milhares de pessoas em todo o mundo. O Instituto Americano de
Distúrbios Neurológicos e Derrame sugere que cerca de 80% dos adultos
experimente o incômodo ao menos uma vez na vida.
Além disso, sentir dor
nas costas também é uma das principais causas de incapacitação e dias de
trabalho perdidos. E fatores de risco como postura, sedentarismo, idade, ganho
de peso e obesidade podem contribuir para o desenvolvimento das
-inconvenientes- dores.
Ainda complementando os
dados, uma pesquisa por telefone mostrou que a prevalência de dor lombar
crônica mais que dobrou no intervalo de 14 anos, entre 1992 e 2006, nos Estados
Unidos. As mulheres, com idade entre 40 e 80 anos, foram as mais afetadas.
Sabendo disso tudo,
pesquisadores queriam entender os efeitos da dor nas costas em mulheres. O estudo,
publicado no Journal of General Internal Medicine, acompanhou 8 mil
mulheres por uma média de 14 anos.
"Até onde sabemos,
nossa pesquisa é a primeira a avaliar a incapacidade após a mensuração da dor
nas costas. Isso permitiu uma análise prospectiva da dor nas costas que
persistiu ao longo do tempo e taxas posteriores de incapacidade, o que pode
ajudar a explicar a associação entre dor nas costas e mortalidade",
afirmou o autor do estudo Eric Roseen, em entrevista ao site Medical News
Today.
Os cientistas
perguntaram sobre os participantes e observaram suas atividades cotidianas,
notando como a dor nas costas trouxe dificuldades para a realização de tarefas
como caminhar, preparar refeições ou fazer movimentos repetitivos.
Os resultados mostraram
que caminhar por curtas distâncias e preparar refeições explicaram quase 50% do
impacto da dor lombar crônica na mortalidade. A velocidade de caminhada
observada e o levantamento repetitivo de uma cadeira explicaram cerca de um
quarto dessa associação (27% e 24%, respectivamente).
Mais de 50% das
participantes morreram durante o período de acompanhamento. A análise computou
ainda que 65% das mulheres com dor lombar persistente morreram, em comparação
com 54% de óbitos entre aquelas que não relatavam dor nas costas.
As respostas do novo
estudo mostram que há uma forte ligação entre dor nas costas e mortalidade.
Embora as razões por trás dessa associação permaneçam incertas, os
pesquisadores acreditam que outros fatores ligados à dor nas costas podem
contribuir para uma morte prematura.
"A dor nas costas
pode prejudicar diretamente as atividades diárias, e os idosos passam a
evitá-las devido ao medo de re-lesão ou agravamento dos sintomas. Ser incapaz
de realizar ou evitar atividades diárias pode levar ao ganho de peso,
desenvolvimento ou progressão de outras doenças crônicas, condições de saúde e,
finalmente, a morte prematura", explicou Roseen.
À luz dessas
estatísticas, otimizar a saúde física para prolongar a vida dos adultos mais
velhos está se tornando uma prioridade para as instituições de saúde pública e
para a pesquisa. "Nossas descobertas levantam a questão de se um melhor
manejo da dor nas costas ao longo da vida pode prevenir incapacidades, além de
melhorar a qualidade e prolongar a vida", conclui Roseen.
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