Uma resolução do
Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicada no diário oficial de sexta
(28) adiou mais uma vez o prazo para que os estados iniciem a implantação do
uso das placas modelo Mercosul nos veículos.
Em discussão desde o
início de 2018, o novo sistema já enfrentou outros adiamentos e chegou a ser
suspenso por decisão liminar em outubro, após ser adotado no Rio de Janeiro.
Desta vez, o prazo que ia até o dia 31 de dezembro foi estendido
até 30 de junho de 2019.
Com a decisão, os
estados terão mais um semestre para se adequarem a norma, que deverá ser
aplicada no registro de novos veículos ou no caso de transferências ou
substituição das placas antigas.
A data limite
estabelecida inicialmente era 1º de setembro. Depois mudou para o início de
dezembro, até que acabou fixada no último dia do ano por outra
resolução.
Em outubro,
a Justiça suspendeu a adoção das placas em todo o Brasil. A
decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região de Brasília foi assinada
pela desembargadora federal Daniele Maranhão Costa.
Dois problemas foram
alegados no novo sistema de placas: equívoco na atribuição das empresas
que fabricam as placas e o fato do sistema integrado de informações não
estar pronto antes da adoção da nova identificação dos veículos.
A liminar
atendia a pedido da Aplasc (Associação das empresas fabricantes
e lacradoras de placas automotivas do Estado de Santa Catarina).
Dono da quarta maior
frota de automóveis do país, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, o Rio
de Janeiro, com 4,78 milhões de unidades licenciadas, foi o primeiro
estado a adotar a utilização das placas modelo Mercosul.
Como a liminar que
impedia o uso das novas identificações foi derrubada pela Justiça, o
procedimento seguiu normalmente no estado e tem sido aplicado na troca de
jurisdição, troca de município, transferência de propriedade, quando a placa
está danificada ou quando é a vontade do cliente.
O preço da placa modelo
Mercosul no Rio de Janeiro é R$ 219,35, o mesmo valor cobrado no estado
pelas antigas placas. Segundo o Detran-RJ, até o dia 28 de dezembro
foram emplacados cerca de 350 mil veículos.
PLACA
MERCOSUL.
As novas placas do
Mercosul são inspiradas no sistema integrado adotado já há vários anos
pelos países da União Europeia. Eles serão aplicadas de maneira padronizada a
aproximadamente 110 milhões de veículos de cinco países signatários: Brasil,
Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Intenção é, no futuro,
criar um banco de dados único entre tais países, o que teoricamente facilitará
o trânsito e também a fiscalização entre fronteiras. Por enquanto apenas
Uruguai (desde março de 2015) e Argentina (abril de 2016) adotaram o novo
sistema de identificação.
Todas as chapas possuem
fundo branco e sete caracteres, tendo quatro letras e três números.
Na tarja superior azul constarão a bandeira e o nome do respectivo
país.
Os números e letras poderão
ser dispostos de maneira aleatória. Na Argentina, por exemplo, adotou-se um
padrão "LL NNN LL" (sendo L para letras e N para
números), a fim de se evitar formação de palavras. No caso do Brasil o padrão
inicial será "LLL NL NN" para carros e
"LLL NN LN" para motos. O último dígito provavelmente
continuará a ser sempre um número, devido à aplicação do rodízio veicular na
cidade de São Paulo (SP).
Diferentemente do que
ocorre com nossas placas atuais, que sofrem alterações na pintura de fundo, as
novas diferenciarão o tipo de veículo pela cor dos dígitos de identificação.
As
especificações serão as seguintes:
1)
preto: carro particular
2)
cinza: veículo antigo de coleção
3)
vermelho: comerciais ou de aprendizagem
4)
amarelo: diplomático ou consular
5)
verde: especial (como protótipos de testes)
6)
azul: veículos de órgãos oficiais
No caso específico do
Brasil as peças terão 40 x 13 cm de comprimento e altura, respectivamente, nos
automóveis, e 20 x 17 cm em motocicletas. Também levarão dois elementos extras
de indicação de origem: a bandeira do estado e o brasão do município.
Conterão ainda: uma
tira holográfica e uma marca d'água, que servirão para dificultar falsificações
e clonagens; um código QR (espécie de código de barras
bidimensional), que permitirá o acesso rápido aos dados de origem do veículo
sem necessidade de documento físico (tal qual já começa a acontecer com a
CNH digital); um chip para armazenar e compartilhamento de dados
referentes a roubos, furtos e evasões de divisas entre órgãos como polícias
Federal, Rodoviária Federal e estaduais, além de Receita Federal e receitas
estaduais.
Reboques,
semirreboques, triciclos, motonetas, ciclos elétricos, quadriciclos,
ciclomotores e tratores poderão ser identificados apenas pela placa traseira.
*** Com informações da
Folhapress.
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