O corpo humano é a casa
de diversos tipos de fungos e bactérias que, inclusive, ajudam em diversas
funções do organismo. Enquanto tudo está em harmonia, não há problema algum ter
esses tipos de "hóspedes". No entanto, quando há um desequilíbrio,
doenças podem surgir.
É o caso da candidíase,
que tem como principal sintoma uma coceira intensa na região íntima. Ela é uma
doença originada a partir da proliferação exagerada do fungo Candida
albicans que se manifesta quando há uma combinação de ambiente úmido,
ácido e quente (daí a maior incidência no verão) com sistema imunológico
fragilizado.
A alimentação
contribui de forma importante no desenvolvimento deste quadro. Algumas
comidas e bebidas ajudam a gerar as condições necessárias para alimentar fungo,
fortalecendo sua reprodução, impedindo que a recuperação da doença seja bem
sucedida.
Conheça a seguir sete
tipos de alimentos que podem piorar a candidíase e devem, portanto, ser
retirados da dieta de quem sofre com esta doença.
Carboidratos simples.
O Candida albicans
precisa de glicose para se nutrir e, no processo de digestão, os
carboidratos simples liberam glicose em abundância, além de aumentar a acidez
do sangue. Tudo perfeito para a proliferação do fungo e a manutenção da
candidíase. Eles são encontrados em farinha branca e seus derivados (como as
massas) e arroz branco. O ideal é consumir as versões integrais dos
alimentos que levem esses ingredientes.
Carnes processadas.
Os aditivos
presentes nas carnes processadas, como os nitratos e nitritos, são tóxicos
e afetam o sistema imune, tornando o organismo mais suscetível à ação de
fungos. Além disso, os processados têm substâncias inflamatórias, como o sódio,
e açúcares (como a dextrose), que pioram os quadros de candidíase. Aqui estamos
falando de alimentos como mortadela, peito de peru, salsicha, linguiça, bacon e
presunto. É preciso suspender o consumo deles enquanto a candidíase não
estiver curada.
Açúcares.
Eles alteram o pH da
flora vaginal, deixando-a mais ácida e, assim, colaborando
para a formação do ambiente ideal para a proliferação do Candida albicans.
Estão presentes em doces dos mais variados tipos e refrigerantes, que devem ser
riscados da dieta enquanto uma crise de candidíase estiver em curso.
Frutas com alto índice
glicêmico.
Algumas frutas são
ricas em açúcares e, quando digeridas, se transformam em glicose no organismo.
Os fungos, nesta condição, aproveitam para se reproduzirem com muito mais rapidez.
Entre as frutas com alto índice glicêmico estão banana, manga e caqui.
Quem está com candidíase deve evitá-las e optar pelo consumo de frutas como
maçã, pera, morango e abacate, cujo índice glicêmico é baixo.
Proteínas animais.
Carnes e produtos de origem
animal, como leites, estão associados ao estresse
oxidativo com liberação maior de radicais livres, tornando o organismo mais
ácido e mais propício para o descontrole dos fungos. Eles também aumentam o
risco de inflamação e enfraquecem o sistema imune. A candidíase encontra aí um
ambiente excelente para se manter. Carne de vaca, de porco e de frango, assim
como ovos e leite e seus derivados, devem ser suspensos da alimentação durante
o tratamento da doença. Apesar de ser uma carne, o peixe está liberado, pois é
anti-inflamatório devido à sua alta concentração de ômega-3.
Oleaginosas.
Apesar de serem
saudáveis e ricas em Ômega-3, as oleaginosas --castanhas, amêndoas, amendoins,
por exemplo-- trazem um altíssimo risco de contaminação por fungos, o
que as torna complicadas para pessoas com candidíase, ou seja, que já estão com
um fungo em plena atividade no organismo. A recomendação é que elas não sejam
consumidas até a doença estar curada.
Bebidas alcoólicas.
Destiladas ou
fermentadas, as bebidas alcoólicas deixam o sangue mais ácido e afetam o
sistema imune, o que facilita a proliferação do fungo e prejudica a
recuperação do organismo com candidíase. Durante o tratamento, o melhor é optar
pelo consumo de água.
O real papel da
alimentação na candidíase.
É importante destacar
que o consumo destes alimentos sem exagero no dia a dia não é uma causa
primária de candidíase. Eles apenas podem favorecer o desenvolvimento dos
sintomas ou, ainda, retardar a cura quando um quadro da doença se estabelece.
Por isso, em condições
normais de saúde, o indicado é evitar extrapolar nas doses. E, quando
estiver em tratamento (feito com comprimidos via oral e/ou pomadas de uso
tópico), deixá-los de lado para ter uma melhor recuperação.
***
Fontes consultadas: Alberto
Guimarães (ginecologista e obstetra, mestre pela Escola Paulista de
Medicina-Unifesp), Amanda Felippe Padoveze (nutricionista e coordenadora do
curso de nutrição do Centro Universitário FMU), Camila Prestes (ginecologista e
obstetra) e Viviane Bellucci Pires de Almeida (nutricionista e professora do
curso de nutrição do Centro Universitário FMU).
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