"Sempre me
disseram que andar descalça em pisos frios poderia causar cólicas. É
verdade?"
Não, essa é mais uma
lenda urbana, assim como a história de que ficar com o cabelo molhado também
causa cólica. Não existe nenhuma evidência científica de que expor-se ao frio
aumente esse tipo de dor.
O desconforto na região
pélvica ou no baixo-ventre geralmente tem duas causas. A mais comum tem
relação com o ciclo menstrual: é a liberação da prostaglandina, uma substância
que promove a contração do útero para a eliminação do sangue menstrual.
Todas as mulheres têm essa liberação, mas algumas têm em excesso, o que explica
o fato de que nem todo mundo sente cólica antes de menstruar.
Outra explicação para
as cólicas pode ser alguma doença, mas isso é só quando ela não passa mesmo com
tratamentos. Pólipos, mioma uterino e endometriose estão entre as causas.
De acordo com um levantamento realizado pela Fundação Mundial de Pesquisas em
Endometriose em dez países, existe um tempo médio de sete anos entre os
primeiros relatos dos sintomas, como pontadas no ventre e dificuldade para
engravidar, e a confirmação da disfunção. Portanto, é fundamental buscar
auxílio médico ao perceber os primeiros sinais para esclarecer a causa do
problema e descobrir o melhor tratamento.
Se a cólica estiver
relacionada a alguma doença, o tratamento dependerá de suas particularidades.
Caso um problema mais grave tenha sido descartado, o alívio pode ser obtido por
meio de medicamentos anti-inflamatórios não hormonais, contraceptivos
hormonais, dispositivos intrauterinos ou até mesmo medicamentos hormonais,
que podem levar a mulher a ficar sem menstruar.
Praticar atividades
físicas também ajuda, já que diminui a liberação excessiva de prostaglandina.
Fisioterapia para fortalecer a musculatura do baixo-ventre e investir em uma
dieta rica em fibras e vegetais, vitaminas B1, B6 e E, além de gorduras boas
proveniente dos peixes, é outro hábito que contribui para a redução do
desconforto.
*** Fontes: Aricia
Giribela, ginecologista da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do
estado de São Paulo); Zuleide Felix, ginecologista da Febrasgo (Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
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