Com a chegada do mês de
dezembro, a grande maioria das pessoas passa a refletir sobre tudo o que fez
--ou deixou de fazer -- ao longo do ano e inicia a tão famosa criação de planos
para os próximos doze meses. Além disso, surgem as diversas propagandas e
imagens de amor e alegria nas redes sociais, vitrines de lojas, TV e revistas.
A união desses fatores
podem servir como um gatilho para os sentimentos de frustração, tristeza, ansiedade,
vazio interno, perda de prazer e medo: é a chamada depressão de fim de ano.
O problema pode atingir
qualquer pessoa, mas aquelas que têm ou tiveram depressão
ou ansiedade são mais suscetíveis e podem apresentar uma piora do quadro. Esse
também é um período particularmente difícil para quem está lidando com
conflitos familiares, situações de perdas afetivas, profissionais ou
financeiras, já que pode aumentar a sensibilidade e tristeza.
Como lidar com a
depressão de fim de ano?
Caso você esteja
passando por algo semelhante, o primeiro passo para tentar se desvencilhar
desses sentimentos é assumir que existe um problema e buscar uma conversa
saudável com alguém de confiança. Pedir ajuda parece difícil, mas pode
evitar danos maiores e auxilia-lo a ter mais clareza no que de fato está
acontecendo.
Após isso, é
importante buscar um profissional para ser orientado em como aliviar o
sofrimento, além de ser feito um possível diagnóstico e conduzido para um
tratamento medicamentoso ou não.
Também é indicado
manter as rotinas normais para evitar estresse desnecessário, e isso inclui
manter hábitos regulares de alimentação, sono e de exercícios, que são
facilmente colocados de lado durante as festas. Quando as pressões de trabalho
se acumulam e as obrigações sociais são incontáveis, rotinas saudáveis são
geralmente a primeira coisa a cair no esquecimento. Além de aumentar o
estresse, comer mal e beber excessivamente também pode exacerbar problemas como
estresse, ansiedade e depressão.
Não faça comparações e
mantenha a calma.
Outra dica bastante
importante é entender que não atingir uma determinada meta pode acontecer e
isso é bastante normal. Dessa forma, nos preparamos emocionalmente caso algo
negativo aconteça e também é uma forma de já se pensar em um segundo plano.
Evitar comparações da
própria vida com o universo das redes sociais também ajuda. Afinal de contas,
essa relação tende a ser distorcida e faz com que as pessoas se sintam mal a
respeito de si mesmos.
Passar a noite de Natal
ou Réveillon sozinho? Nem pensar! Isso só faz piorar os sentimentos .ruins.
E muita atenção aos hábitos. Manter uma alimentação saudável, dormir bem,
praticar atividade física, controlar uso de álcool, inclusive nesse período de
festas contribui para manter em dia a produção de serotonina, o hormônio do
bem-estar.
É possível evitar a
depressão de fim de ano.
De que forma? Não
criando metas inatingíveis ou impossíveis ao longo do ano. Focar em objetivos
possíveis de serem conquistados, sem falsas expectativas. Essa é uma forma
de se organizar para um novo período que não precisa acontecer apenas no final
do ano e sim constantemente na vida.
O mais importante é sempre parar para pensar se está no caminho certo, mesmo muitas vezes não tendo a resposta exata para isso. Pensar em mudanças e perceber falhas no passado e não repetir as mesmas. Assim, você conseguirá olhar uma situação negativa como um propulsor para o futuro.
*** Fontes: Luciana
Sarin, psiquiatra do programa de doenças afetivas (PRODAF) da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp); Luiz Scocca membro da Associação Brasileira de
Psiquiatria (ABP) e da Associação Americana e Psiquiatria (APA); Higor Caldato,
psiquiatra; Yuri Busin, psicólogo e doutor em neurociência do comportamento
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
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