Você diz toda a verdade
quando o médico pergunta sobre o que você come, bebe, e se abusa de remédios,
álcool ou drogas? Um levantamento realizado nos EUA mostra que entre 60 e 80%
das pessoas mentem sobre algum aspecto relacionado ao estilo de vida quando vai
a uma consulta. O motivo? Medo de ser julgado ou de levar bronca, é claro.
O estudo contou com
mais de 4.500 norte-americanos, que tiveram questionários avaliados por
pesquisadores das universidades de Utah, Iowa e Michigan. Uma parte dos
participantes tinha, em média, 36 anos de idade, e a outra, perto de 61 anos.
As perguntas envolviam
temas como mentir ou omitir informações sobre a dieta, a prática de exercícios,
automedicação e o cumprimento de instruções médicas. Muitos também não
têm coragem de dizer que discordam da recomendação ou que não entenderam
direito o que era para fazer. A maioria admitiu já ter deixado de contar pelo
menos um detalhe relevante desse tipo para o médico.
Mulheres, jovens e
indivíduos com baixa autoestima são os mais propensos a omitir informações para
os profissionais de saúde, segundo a pesquisa.
As conclusões,
publicadas no Jama, a revista da Associação Médica Americana, mostram que as
pessoas se preocupam com o que os profissionais pensam sobre elas. Os autores
ainda observam que muita gente pode não ter sido tão sincero até para admitir
que mentem para o médico.
Nem todo mundo fica à
vontade para admitir certas fraquezas, como gula ou preguiça, mas a questão é
que certos hábitos podem ajudar a definir diagnósticos e tratamentos,
especialmente no caso de doenças crônicas. Para quem trabalha com saúde sexual,
o desafio é ainda maior – os paciente têm dificuldade de admitir certas práticas,
ou que transam sem camisinha.
Outra situação comum é
a pessoa sentir vergonha de dizer que está com dificuldades sexuais, e assim
perder a chance de tratar algo fundamental para a qualidade de vida. Vale
lembrar que, em alguns casos, perda de libido ou dificuldades de ereção podem
ser sinais de algum problema de saúde.
Infelizmente, nem todo
mundo consegue ir sempre no mesmo médico para que uma relação de confiança seja
construída. Por isso é importante que haja um esforço das duas partes: os
médicos devem melhorar suas habilidades de comunicação, e os pacientes devem se
lembrar que os profissionais não estão ali para julgá-los.
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