quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ALERTA PARA QUEM COSTUMA COMER ÁGUA SEM SE ALIMENTAR...

FONTE: Hélio Rocha (TRIBUNA DA BAHIA).

O drama silencioso de “Renata”, personagem representada pela atriz Bárbara Paz na novela “Viver a Vida”, do horário nobre da Rede Globo, reflete um novo tipo de transtorno alimentar que vem preocupando especialistas do mundo inteiro: a anorexia alcoólica, ou “drunkorexia”. A doença – que mistura sintomas da anorexia com os do alcoolismo – tem como principal característica a troca da ingestão das calorias da comida pelas do álcool, com a finalidade de emagrecer.
De acordo com o psiquiatra André Gordilho, da clínica Espaço Holos, o distúrbio é mais comum entre os jovens e pode trazer sérias consequências para a saúde, inclusive a morte.
Gordilho explica que a anorexia alcoólica, ou drunkorexia, é uma doença alimentar tão nova que sequer foi classificada nos manuais de transtornos psicopatológicos. A drunkorexia vem da junção da palavra inglesa “drunk (bêbado)” e da expressão grega “anorexia”, que classifica uma doença em que o indivíduo deixa de se alimentar por medo de engordar.
“Na anorexia, há uma alteração da percepção da imagem corporal em que a pessoa se enxerga gorda, mesmo estando normal ou com peso muito abaixo do normal”, esclarece. É comum ver alcoólatras passarem dias só bebendo sem comer coisa alguma, mas o fato de que jovens vêm se embebedando com a intenção específica de emagrecer é um fenômeno relativamente novo para a medicina. “Quando se associa a anorexia com o uso de bebidas alcoólicas, há uma potencialização de problemas, pois ao transtorno alimentar se associam os malefícios causados pelo álcool”, complementa.
O psiquiatra acrescenta que a mistura dos distúrbios psíquicos pode acarretar em diversas consequências clínicas que vão além do baixo peso, como hipocalemia (diminuição da concentração de potássio no sangue), depressão, distúrbios hormonais, além das compulsões alcoólicas, problemas coronários, hipertensão, lesões no fígado, pâncreas, estômago, osteoporose e até a morte ou suicídio. O tratamento é feito de forma multidisciplinar, com sessões de psicoterapia, controle nutricional, prescrição de antidepressivos e, nos casos mais graves, a internação. “Esses medicamentos ajudam a estabilizar quadros compulsivos, obsessivos e bulímicos”, explicou.
O apelo da mídia ao ideal de magreza associado à degradação da família é uma combinação explosiva. É como colocar lenha na fogueira. Por isso, é necessário que se desenvolva uma relação de carinho, proximidade, abertura e cumplicidade entre pais e filhos. Como toda doença, quanto mais precocemente detectada, mais fácil será o tratamento da drunkorexia. Infelizmente, muitos pacientes passam anos lutando contra os sintomas antes de serem finalmente diagnosticados”, afirmou.

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