quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FICO POR AQUI...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Não agüento mais os balanços positivos de 2009 e as previsões espetaculares para 2010. Governos do Estado e federal, prefeituras e Câmaras de Vereadores, tribunais de Justiça e de Contas, enfim, todos tiveram um ano positivo sob todos os aspectos. Nada de problemas, aporrinhações, dores-de-cabeça, dificuldades ou situações embaraçosas. No máximo uma indisposição aqui ou ali, mas nada que comprometesse o perfeito funcionamento das nossas instituições.O presidente Lula, que passa mais um período de curtas férias no paraíso de Inema, só pensa naquilo: aumentar ainda mais a popularidade e fazer da mãe do PAC, Dilma Rousseff, a sua sucessora. Lula acha que fez mais por este país do que todos os demais presidentes, inclusive ditadores, que o antecederam. E Dilma vai fazer muito mais. O governador Jaques Wagner precisou tomar emprestado um guindaste das Docas para pesar o balanço de sua administração neste e nos últimos três anos. Mem de Souza certamente já pairou sobre os sonhos do marido de dona Fátima para parabenizá-lo sobre suas realizações, mesmo que não foram sequer cogitadas.
Nosso prefeito João Henrique, apesar das pedras no caminho, também não ficou atrás. Diz que fez o possível para atender às aspirações do povo de Salvador e promete o impossível para 2010, sobretudo para alavancar a campanha do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) ao governo baiano. Nos tribunais a coisa foi para lá de boa. Foi “bótima” como diria um personagem humorístico da TV. E bote “bótima” nisso. Chegou ao ponto de o TJB e o TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) gastarem mais com pessoal do que o recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ora, é tempo de festa. E festa é sinônimo de gastança, principalmente quando o dinheiro é do contribuinte.
Os deputados trabalharam tanto que só querem saber de paletó e gravata depois do Carnaval. Isso para ser generoso com suas excelências, já que 2010 é ano eleitoral e, nesse caso, vamos no popular: ninguém quer nada com nada, exceto com a renovação da próprio mandato para continuarem fazendo nada. Quanto a nós do povão, o máximo que podemos festejar é a esperança por um ano melhor. Seremos, como sempre, coadjuvantes de uma minoria abastada e dona do pedaço. Ainda teremos anos a fio até nos libertarmos das injustiças sociais, da desigualdade, do racismo de negros e brancos, da falta de oportunidade e, o pior de tudo, de termos de suportar a estupidez dos hipócritas e caras-de-pau que nos falam em mais desenvolvimento para uma melhor qualidade de vida para os mais carentes e necessitados. Para estes, um péssimo ano.

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