FONTE: *** ÚLTIMA INSTÂNCIA.
Pois é, mais um ano se vai, ou como certa vez eu mesmo disse, se esvai. Na verdade, a década se está esvaindo. São dez anos de distância entre hoje e os dias que antecederam o fim do mundo. Recordam-se?
Aproximávamo-nos do ano 2000 cada vez mais falava-se em Nostradamus e no apocalipse. Tanta e tanta gente preparando-se para os dias derradeiros. Houve quem não resistiu a pressão e se matou. Lembram-se? Pensar no final dos tempos não é coisa boa.
Mas se abandonarmos os “últimos dias” que não aconteceram e nos dedicarmos a dar uma olhadela no ano agonizante, ficaremos, de certa forma, com a percepção de que um dia tudo acabará. Se formos para a mídia, não haverá mera impressão, a certeza será absoluta; tirem o tubo!!!
Crise Sarney, PaDEMtone Gate, Zelaya na embaixada, temporais e chuva arrasando o País, avião da Air France espatifado no oceano, gripe A, cadeias entupidas e impunidade, crack varrendo nossa juventude, toques de recolher nos morros do Rio de Janeiro, fracasso de Copenhague, a morte de Michel Jackson, as guerras sempre intermináveis no oriente médio, a fome na África, no Taiti e nas nossas vizinhanças, e etc e etc e mais um montão de eteceteras iguais.
Na verdade esta saraivada de coisas ruins não significa o fim do mundo, nem mesmo o seu prenúncio. Quer dizer, sim, que estamos mais crus, nus, ou melhor ainda, vamos, a cada década passante, nos acostumando com os humanos enquanto aos nossos olhos pouca coisa nos faz estranhar ou indignar.
Bioética, Idade Mídia, ecologistas e ecochatos, xiitas e chaatos e um planeta a ser sustentado. Temas biodesagradáveis emprenham todas as pautas. Há uma humanidade para alimentar e terçamos contendas políticas opondo o homo sapiens às demais espécies animais e vegetais. E o homo sapiens, como fica? Oh! nossos pobres olhos...
Sim, assuntos de final de ano e hora do encontro de contas e de reflexão sobre as contas novas.
Os nossos olhos, inclusive os meus, estão “educados” para ver e valorizar o ruim.
Vejam só: o STF, em que pese não meter as mãos nos sujos da política, decidiu sobre pesquisas com células tronco, definiu-se sobre Lei de Imprensa e Liberdade de Expressão; julgamentos do porte de um Supremo Tribunal Federal.
Obama disse: Lula é o cara... e o Le Monde, junto com os espanhóis, também o disse. Obama ganhou o Nobel da paz!!! E boa parte de nós tem vergonha de ter um Presidente metalúrgico...
Nasceu o nenê da Gisele Bündchen! O Mengo é campeão! O meu Colorado... vice, outra vez! O Rio sediará as Olimpíadas. Não há beleza comparável ao amado e idolatrado salve salve Brasilsilsil.
O mundo não vai acabar. Acreditem!
Espero que na década vindoura nos dediquemos a uma única missão: (re)educar os nossos olhos para que possamos ver o mundo inteiro recheado das coisas boas que sempre estiveram bem ao nosso lado e que ainda teimamos em não vê-las.
Feliz ano novo e feliz nova década.
Sugestão de Leitura: “No que acredito”. Bertrand Russel.
*** Ricardo Giuliani Neto é advogado em Porto Alegre, mestre e doutor em direito e professor de Teoria Geral do Direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Sócio proprietário do Variani, Giuliani e Advogados Associados e autor dos livros "O devido processo e o direito devido: Estado, processo e Constituição" (Editora Veraz), "Imaginário, Poder e Estado - Reflexões sobre o Sujeito, a Política e a Esfera Pública" e "Pedaços de Reflexão Pública – Andanças pelo torto do Direito e da Política" (ambos da Editora Verbo Jurídico).
Aproximávamo-nos do ano 2000 cada vez mais falava-se em Nostradamus e no apocalipse. Tanta e tanta gente preparando-se para os dias derradeiros. Houve quem não resistiu a pressão e se matou. Lembram-se? Pensar no final dos tempos não é coisa boa.
Mas se abandonarmos os “últimos dias” que não aconteceram e nos dedicarmos a dar uma olhadela no ano agonizante, ficaremos, de certa forma, com a percepção de que um dia tudo acabará. Se formos para a mídia, não haverá mera impressão, a certeza será absoluta; tirem o tubo!!!
Crise Sarney, PaDEMtone Gate, Zelaya na embaixada, temporais e chuva arrasando o País, avião da Air France espatifado no oceano, gripe A, cadeias entupidas e impunidade, crack varrendo nossa juventude, toques de recolher nos morros do Rio de Janeiro, fracasso de Copenhague, a morte de Michel Jackson, as guerras sempre intermináveis no oriente médio, a fome na África, no Taiti e nas nossas vizinhanças, e etc e etc e mais um montão de eteceteras iguais.
Na verdade esta saraivada de coisas ruins não significa o fim do mundo, nem mesmo o seu prenúncio. Quer dizer, sim, que estamos mais crus, nus, ou melhor ainda, vamos, a cada década passante, nos acostumando com os humanos enquanto aos nossos olhos pouca coisa nos faz estranhar ou indignar.
Bioética, Idade Mídia, ecologistas e ecochatos, xiitas e chaatos e um planeta a ser sustentado. Temas biodesagradáveis emprenham todas as pautas. Há uma humanidade para alimentar e terçamos contendas políticas opondo o homo sapiens às demais espécies animais e vegetais. E o homo sapiens, como fica? Oh! nossos pobres olhos...
Sim, assuntos de final de ano e hora do encontro de contas e de reflexão sobre as contas novas.
Os nossos olhos, inclusive os meus, estão “educados” para ver e valorizar o ruim.
Vejam só: o STF, em que pese não meter as mãos nos sujos da política, decidiu sobre pesquisas com células tronco, definiu-se sobre Lei de Imprensa e Liberdade de Expressão; julgamentos do porte de um Supremo Tribunal Federal.
Obama disse: Lula é o cara... e o Le Monde, junto com os espanhóis, também o disse. Obama ganhou o Nobel da paz!!! E boa parte de nós tem vergonha de ter um Presidente metalúrgico...
Nasceu o nenê da Gisele Bündchen! O Mengo é campeão! O meu Colorado... vice, outra vez! O Rio sediará as Olimpíadas. Não há beleza comparável ao amado e idolatrado salve salve Brasilsilsil.
O mundo não vai acabar. Acreditem!
Espero que na década vindoura nos dediquemos a uma única missão: (re)educar os nossos olhos para que possamos ver o mundo inteiro recheado das coisas boas que sempre estiveram bem ao nosso lado e que ainda teimamos em não vê-las.
Feliz ano novo e feliz nova década.
Sugestão de Leitura: “No que acredito”. Bertrand Russel.
*** Ricardo Giuliani Neto é advogado em Porto Alegre, mestre e doutor em direito e professor de Teoria Geral do Direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Sócio proprietário do Variani, Giuliani e Advogados Associados e autor dos livros "O devido processo e o direito devido: Estado, processo e Constituição" (Editora Veraz), "Imaginário, Poder e Estado - Reflexões sobre o Sujeito, a Política e a Esfera Pública" e "Pedaços de Reflexão Pública – Andanças pelo torto do Direito e da Política" (ambos da Editora Verbo Jurídico).
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