quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O CAOS EM ILIPUT...

FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).

No momento é o caos.
Quando, na terça-feira, neste espaço, comentei a Guerra em Liliput, existiam apenas dois exércitos. Um deles era favorável a que o Psol (o país Liliput nessa história) fizesse coligação com o PV e apoiasse a candidatura a presidente da República da senadora Marina Silva, ex-petista como os principais do Psol, ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula e senadora.
O outro exército – que como o anterior deve ter a dimensão de um pelotão, tão pequenas são as coisas em Liliput – é favorável à candidatura própria do promotor aposentado Plínio de Arruda Sampaio, uma pessoa muito respeitável e completamente sem votos, a presidente da República.
Estavam assim as coisas, até onde se sabia, quando o deputado Fernando Gabeira, do PV e que por diferença de poucos votos não foi espetacularmente eleito prefeito do Rio de Janeiro em 2008, resolver aceitar que seu nome seja posto na disputa pelo cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro, nas eleições deste ano.
Não haveria problema quanto a isso, não fosse a particularidade de que Gabeira aceita disputar o governo fluminense com o apoio do PSDB (e do DEM) e a contrapartida para isto é permitir que o candidato tucano a presidente da República, José Serra, se torne seu aliado eleitoral. Isso significa que Serra teria no Rio um palanque que espera seja forte, o de Gabeira. Isso é bom para a oposição em geral. No entanto, a dupla Serra-Gabeira é uma espécie de inferno político para grande parte da microscópica população oposicionista de Liliput. E se Gabeira, que é uma das duas figuras politicamente mais importantes do PV, se alia a Serra, Liliput racha e se impõe (é aquela história do pequeno metido a besta, pequenininho mas durinho) obstáculos quase intransponíveis para apoiar a candidatura da verde Marina Silva à sucessão de Lula. Razão? É óbvia – a provável aliança de Gabeira com Serra “contamina” o PV e em Liliput o cordão sanitário é impenetrável.Então, se Liliput está quase de acordo em não apoiar a verde Marina Silva, o que seria lógico que fizesse? Apoiar Plínio de Arruda Sampaio, que até já fora há uns tempos “indicado” – isso significa apenas uma sinalização, não determina nada, é uma coisa típica nos ambientes autoproclamados “de esquerda” – como possível candidato e acaba de receber o apoio do bravo bispo da diocese baiana de Barra, dom Cappio.
Mas o que faz Liliput? Divide-se ainda mais. Aos dois exércitos citados (um a favor de Marina, outro a favor de Plínio) acrescenta-se, surgindo de alguma trincheira em miniatura, o pelotão, perdão, o exército de Babá. O ex-deputado João Batista Araújo, codinome Babá, foi lançado pré-candidato do Psol pela facção interna CST (Corrente Socialista dos Trabalhadores). Deve disputar com Plínio de Arruda Sampaio a indicação do partido, caso não prevaleçam os que ainda brigam para apoiar a candidatura de Marina Silva.

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