segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

VAMOS ENCARAR?

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Nos mais de 20 anos que escrevo sobre política, foram pouquíssimos os momentos em que cometi lapsos. Nessas raras ocasiões, preferi antecipar-me e desculpar-me publicamente pelo erro. Em todo esse período, nunca tergiversei. Jamais abri mão do meu direito de crítica. Cultivei amigos e adversários ferrenhos. Poucos inimigos, porém. Assombro-me, entretanto, ante o ataque pessoal, mesquinho e por trás do qual certamente estão incrustados interesses escusos, inconfessáveis, dignos dos pobres de espíritos, mas ricos na arte da chantagem, da falta de compromisso com a verdade.
Da falta de respeito ao leitor e aos mais elementares princípios democráticos. Para consolo de nós, jornalistas, tais práticas – a mentira, o achincalhe, a fabricação torpe e irresponsável de dossiês – tem como autor (ou autores) seres alienígenas à nossa profissão. São ETs que caíram de paraquedas na tentativa de explorar uma fatia do bolo usando métodos fascistas, mas que só intimidam os covardes. O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e seu irmão Lúcio são vítimas de aloprados travestidos indecentemente de repórteres e que se arvoram, desconhecendo a própria incompetência e ignorância (no sentido literal) a vomitar baboseiras através de um site que já nasceu natimorto por falta de credibilidade.
Não iria perder meu tempo para me dedicar a esse tema. Mas, confesso, trago comigo uma preocupação que está estampada na minha face: hoje os chantageados são um ministro e um presidente de um grande partido. Quais serão as presas de amanhã? Ou será que essas presas já existem e se sentem amordaçadas? Geddel agiu de acordo com o bom senso: processou seu algoz e obteve vitória parcial no Judiciário. Até aqui, ele, o ministro, era impedido de usar o próprio nome e outras variações (wwww.geddelvieiralima.com.br, www.geddelvieiralima15.com.br, www.geddelvieiralimapmdb.com.br, www.geddelvieiralima2010.com.br, www.geddelgovernador.com.br.) cujo domínio estava registrado em poder de um estranho que se propunha a cedê-los através de uma transação comercial. Ou seja: dinheiro.
É como se eu, Janio Lopo, não tivesse o direito de assinar minha coluna porque um pseudoesperto qualquer a registrou antes. A propósito, estão tentando envolver o governador Jaques Wagner nesse estúpido e absurdo ato criminoso. Wagner deve estar atento para não ser ludibriado. Creio que, por desconhecimento da trama em que almejam envolvê-lo, ele teria dito que é fundamental manter-se a liberdade de imprensa e que era contrário a qualquer tentativa de coibi-la. Bingo! O que o governador não sabe é que há um artifício espúrio sendo urdido contra setores políticos e empresariais. O Sindicato dos Jornalistas e a Associação Bahiana de Imprensa devem estar de olhos arregalados.
A omissão só fará com que os profissionais de comunicação sérios desta terra acabem sendo confundidos com porcos que se alimentam do farelo mais nojento e desprezível existente na praça: o farelo da corrupção.

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