FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Já perdi a conta sobre o período em que escrevo sobre os escândalos da Ebal. Mas não me sai da cabeça a passividade com que determinadas autoridades baianas ignoram o tema. Há um roubo comprovado pela Secretaria Estadual da Fazenda e pela CPI instalada na Assembleia Legislativa, onde o assunto foi destrinchado minuciosamente. Contraditoriamente, porém, os ladrões, a maioria identificada por ambas as instituições, estão soltos.
Não duvido (não estou afirmando) que parcelas dos irresponsáveis pela quebradeira da empresa esteja hoje prestando consultoria ao atual governo. Nesse espaço, durante semanas, declinei as principais ações contra a estatal.
Denunciei o esquema venal contra a Cesta do Povo. Fui mais longe: deixei claro que toda a sujeira era feita às claras. Nada era empurrado para debaixo do tapete. Havia uma espécie de acordo tácito onde a malandragem, a descaração e a sem-vergonhice eram compartilhadas pela alta cúpula da Ebal, com o compromisso implícito de um não entregar o outro. Seria um comprometimento entre cavalheiros (perdão, bandidos) pelo qual quem descobrisse o ovo poderia se arvorar a ser o dono da galinha – ou vice-versa.Disse aqui, sempre baseado nos relatórios da Sefaz e da CPI, que muitas transações foram realizadas sem o processo legal de licitação, além de reproduzir trechos dos documentos em que estes afiançavam ter havido superfaturamento de preços nos contratos e nos pagamentos inúmeros da Ebal.
Nominalmente afirmei quem era quem na estrutura da empresa e que fornecedores confirmaram depósitos em dinheiro nas contas bancárias dos então dirigentes da Cesta do Povo. A Sefaz fez as contas e alardeou pelo país afora que os então “carlistas” haviam dado um prejuízo fenomenal de R$ 600 milhões à Ebal.
Especialistas em abastecimento de mercado refizeram os cálculos e adiantaram que o rombo é muito mais profundo: pode ultrapassar a R$ 1 bilhão. A Ebal estava literalmente falida em 2006, conforme depoimento à CPI da AL do seu dirigente hoje, Reub Celestino. Chegou-se ao ponto de se trabalhar sem nota fiscal, como atesta o capítulo da CPI destinada aos fretes alugados pela empresa. E aí? Aí que o termo transparência, tão em voga atualmente para demonstrar a lisura com que se desenvolvem as atividades no serviço público, é mera babaquice. Não corresponde à realidade. Há um silêncio inexplicável em torno da questão. O Ministério Público deve achar que R$ 1 bilhão é esmola e seu sumiço não merece sequer ser investigado.
O secretário Carlos Martins (Sefaz) sugere já ter esquecido dos escândalos que sua própria Secretaria tornou públicos. Os deputados estaduais, que não são clientes da Cesta, viraram a cara para o povo. Apelar para quem? Pelo o amor de Deus, chame, chame, chame o ladrão, chame o ladrão!
Já perdi a conta sobre o período em que escrevo sobre os escândalos da Ebal. Mas não me sai da cabeça a passividade com que determinadas autoridades baianas ignoram o tema. Há um roubo comprovado pela Secretaria Estadual da Fazenda e pela CPI instalada na Assembleia Legislativa, onde o assunto foi destrinchado minuciosamente. Contraditoriamente, porém, os ladrões, a maioria identificada por ambas as instituições, estão soltos.
Não duvido (não estou afirmando) que parcelas dos irresponsáveis pela quebradeira da empresa esteja hoje prestando consultoria ao atual governo. Nesse espaço, durante semanas, declinei as principais ações contra a estatal.
Denunciei o esquema venal contra a Cesta do Povo. Fui mais longe: deixei claro que toda a sujeira era feita às claras. Nada era empurrado para debaixo do tapete. Havia uma espécie de acordo tácito onde a malandragem, a descaração e a sem-vergonhice eram compartilhadas pela alta cúpula da Ebal, com o compromisso implícito de um não entregar o outro. Seria um comprometimento entre cavalheiros (perdão, bandidos) pelo qual quem descobrisse o ovo poderia se arvorar a ser o dono da galinha – ou vice-versa.Disse aqui, sempre baseado nos relatórios da Sefaz e da CPI, que muitas transações foram realizadas sem o processo legal de licitação, além de reproduzir trechos dos documentos em que estes afiançavam ter havido superfaturamento de preços nos contratos e nos pagamentos inúmeros da Ebal.
Nominalmente afirmei quem era quem na estrutura da empresa e que fornecedores confirmaram depósitos em dinheiro nas contas bancárias dos então dirigentes da Cesta do Povo. A Sefaz fez as contas e alardeou pelo país afora que os então “carlistas” haviam dado um prejuízo fenomenal de R$ 600 milhões à Ebal.
Especialistas em abastecimento de mercado refizeram os cálculos e adiantaram que o rombo é muito mais profundo: pode ultrapassar a R$ 1 bilhão. A Ebal estava literalmente falida em 2006, conforme depoimento à CPI da AL do seu dirigente hoje, Reub Celestino. Chegou-se ao ponto de se trabalhar sem nota fiscal, como atesta o capítulo da CPI destinada aos fretes alugados pela empresa. E aí? Aí que o termo transparência, tão em voga atualmente para demonstrar a lisura com que se desenvolvem as atividades no serviço público, é mera babaquice. Não corresponde à realidade. Há um silêncio inexplicável em torno da questão. O Ministério Público deve achar que R$ 1 bilhão é esmola e seu sumiço não merece sequer ser investigado.
O secretário Carlos Martins (Sefaz) sugere já ter esquecido dos escândalos que sua própria Secretaria tornou públicos. Os deputados estaduais, que não são clientes da Cesta, viraram a cara para o povo. Apelar para quem? Pelo o amor de Deus, chame, chame, chame o ladrão, chame o ladrão!
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