FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).
Há certeza de que o escândalo de corrupção em curso no governo do Distrito Federal e adjacências, já apelidado de Mensalão do DEM, envolvendo a sessão distrital deste partido no DF, será, naturalmente, objeto de exploração eleitoral pelos adversários da coligação a que os democratas estarão integrados na disputa pela presidência da República e que deverá ter na cabeça de chapa o governador paulista José Serra, do PSDB.
Essa previsível exploração terá como objetivo principal fazer parecer que, no item da corrupção, “é todo mundo igual”, que o eleitor não tem escolha e pode trocar uns pelos outros sem pedir troco. Isto porque o governo federal e o PT, que tem a ministra Dilma Rousseff como candidata apadrinhada pelo presidente Lula, produziu antes o escândalo do Mensalão, cuja denúncia da procuradoria geral da República foi recebida pelo STF, mas dormita nas gavetas do tribunal, dando margem à prescrição de crimes denunciados.
Convém lembrar que o Mensalão, denunciado inicialmente pelo presidente do PTB, então deputado Roberto Jefferson (que não estava alheio ao esquema do Mensalão), ao presidente Lula, colocou a este num nível desesperador de desprestígio popular.
Só não foi iniciado um processo de impeachment porque o PSDB – recusando-se a adotar a linha proposta pelo aliado DEM – resolveu botar panos quentes, na esperança de enfrentar, em 2006, um presidente “sangrando”, com a popularidade no fundo do poço. Mas com a estranha desculpa de que “não sabia de nada” – apesar do aviso prévio de Roberto Jefferson – Lula recuperou-se.
E o PT passou a mão na cabeça de seus mensaleiros, ou quadrilheiros, para usar a expressão do ministro Joaquim Barbosa, do STF, que apontou o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, como “chefe da quadrilha”. Só o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foi forçado a sair do partido, ganhando depois o prêmio de consolação de ser chamado por Lula de “nosso Delúbio”.
Hoje, José Dirceu está eleito para o novo Diretório Nacional do PT e fala a todo momento como uma das maiores lideranças políticas do partido. E ele é isso. José Genoíno, que era o presidente do PT na época do mensalão, é deputado federal. Eu poderia multiplicar os exemplos.
Mas vamos às flagrantes diferenças entre o Mensalão e o Mensalão do DEM, que o espaço é escasso.
1) A direção nacional do DEM ia expulsar o governador Arruda do partido, o único governador que tinha. Ele cancelou sua filiação na véspera. Ontem, o vice-governador Paulo Otávio também cancelou sua filiação para não ser expulso e renunciou ao mandato.
2) O Mensalão foi de âmbito nacional, o Mensalão do DEM restringe-se, até agora, à seção distrital do DF.
Há certeza de que o escândalo de corrupção em curso no governo do Distrito Federal e adjacências, já apelidado de Mensalão do DEM, envolvendo a sessão distrital deste partido no DF, será, naturalmente, objeto de exploração eleitoral pelos adversários da coligação a que os democratas estarão integrados na disputa pela presidência da República e que deverá ter na cabeça de chapa o governador paulista José Serra, do PSDB.
Essa previsível exploração terá como objetivo principal fazer parecer que, no item da corrupção, “é todo mundo igual”, que o eleitor não tem escolha e pode trocar uns pelos outros sem pedir troco. Isto porque o governo federal e o PT, que tem a ministra Dilma Rousseff como candidata apadrinhada pelo presidente Lula, produziu antes o escândalo do Mensalão, cuja denúncia da procuradoria geral da República foi recebida pelo STF, mas dormita nas gavetas do tribunal, dando margem à prescrição de crimes denunciados.
Convém lembrar que o Mensalão, denunciado inicialmente pelo presidente do PTB, então deputado Roberto Jefferson (que não estava alheio ao esquema do Mensalão), ao presidente Lula, colocou a este num nível desesperador de desprestígio popular.
Só não foi iniciado um processo de impeachment porque o PSDB – recusando-se a adotar a linha proposta pelo aliado DEM – resolveu botar panos quentes, na esperança de enfrentar, em 2006, um presidente “sangrando”, com a popularidade no fundo do poço. Mas com a estranha desculpa de que “não sabia de nada” – apesar do aviso prévio de Roberto Jefferson – Lula recuperou-se.
E o PT passou a mão na cabeça de seus mensaleiros, ou quadrilheiros, para usar a expressão do ministro Joaquim Barbosa, do STF, que apontou o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, como “chefe da quadrilha”. Só o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foi forçado a sair do partido, ganhando depois o prêmio de consolação de ser chamado por Lula de “nosso Delúbio”.
Hoje, José Dirceu está eleito para o novo Diretório Nacional do PT e fala a todo momento como uma das maiores lideranças políticas do partido. E ele é isso. José Genoíno, que era o presidente do PT na época do mensalão, é deputado federal. Eu poderia multiplicar os exemplos.
Mas vamos às flagrantes diferenças entre o Mensalão e o Mensalão do DEM, que o espaço é escasso.
1) A direção nacional do DEM ia expulsar o governador Arruda do partido, o único governador que tinha. Ele cancelou sua filiação na véspera. Ontem, o vice-governador Paulo Otávio também cancelou sua filiação para não ser expulso e renunciou ao mandato.
2) O Mensalão foi de âmbito nacional, o Mensalão do DEM restringe-se, até agora, à seção distrital do DF.
3) O Mensalão do DEM do DF é um horror, mas está sendo enfrentado de modo severo pelos democratas, ao contrário do outro, que teve o governo federal e o PT para “passar a mão” sobre a cabeça dos implicados, numa atitude do tipo, vão (ou fiquem?), vossos pecados estão perdoados, nós vos abençoamos.Há outras diferenças, claro. A serem abordadas mais adiante.
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