FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Como diria Jack o estripador, vamos por partes. Entenda por Jack o estripador não o assassino em série que apavorou o distrito de Whitechapel em Londres na segunda metade de 1888, mas o ataque sanguinário contra os cofres públicos perpetrado por dirigentes da Ebal, a administradora da Cesta do Povo.
No caso de Jack, suas vítimas eram mulheres que ganhavam a vida como prostitutas. Duas delas tiveram a garganta cortada e o corpo mutilado. Teorias sugerem que, para não provocar barulho, as vítimas eram primeiro estranguladas, o que talvez explique a falta de sangue nos locais dos crimes. A remoção de órgãos internos de três vítimas levou oficiais da época a acreditarem que o assassino possuía conhecimentos anatômicos ou cirúrgicos.
Na Cesta do Povo as vítimas eram os milhares de consumidores baianos (homens e mulheres e até adolescentes) de cujas entranhas a cúpula da estatal, ao invés das vísceras, roubavam, literalmente, milhões de reais. Auditoria da Secretaria Estadual da Fazenda depois confirmada por relatório da CPI da Assembleia Legislativa afirma, no início do governo Wagner, ter havido um desvio de R$ 620 milhões da empresa. O rombo hoje pode superar R$ 1 bilhão. Jack, o sanguinário, matava quase sem deixar rastros, apesar das barbaridades praticadas.
Os generais da Ebal, ao contrário do delinquente inglês, alimentavam suas presas, única maneira de fazer engordar suas contas bancárias, contando, para tanto, com a participação direta e decisiva de empresários corruptores.
Enquanto definhavam os contracheques e os parcos recursos dos infelizes consumidores, os “donos” de então da Ebal abasteciam-se das falcatruas, das ameaças, dos conchavos com fornecedores inescrupulosos. A circulação dos jornais cresceu consideravelmente durante o final do século XIX, dando cobertura ao caso, devido à natureza selvagem dos crimes e ao fracasso da polícia em efetuar a captura do criminoso — que tornou-se notório justamente por conseguir escapar impune.
Quando se trata da Ebal, a imprensa, hoje, (ou parte dela, aliás) parece amedrontada ou preocupada em meter a mão em vespeiro já que por detrás do mistério há (não tenho dúvida) questões políticas tão séria que, em tese, justificariam o silêncio mortal em torno do roubo de R$ 1 bilhão. Voltando a Jack o estripador, devido ao mistério acerca do assassino nunca ter sido desvendado, as lendas envolvendo seus crimes tornaram-se um emaranhado complexo de pesquisas históricas genuínas, teorias conspiratórias e folclores duvidosos.
Diversos autores, historiadores e detetives amadores apresentaram hipóteses sobre a identidade do assassino e de suas vítimas. Já com relação à Ebal sabemos (eu já os nominei baseado nos documentos da Sefaz e da CPI da AL) pelo menos o perfil psicopático dos que meteram a mão e se lambuzaram com a dinheirama. A propósito, o Ministério Público ainda existe? Eu diria que não. Não sei se é utopia, mas chego a crer que o MP teme que Jack, mesmo na hipótese de hoje estar regenerado, possa ter provas que incrimine procuradores e promotores.
Como diria Jack o estripador, vamos por partes. Entenda por Jack o estripador não o assassino em série que apavorou o distrito de Whitechapel em Londres na segunda metade de 1888, mas o ataque sanguinário contra os cofres públicos perpetrado por dirigentes da Ebal, a administradora da Cesta do Povo.
No caso de Jack, suas vítimas eram mulheres que ganhavam a vida como prostitutas. Duas delas tiveram a garganta cortada e o corpo mutilado. Teorias sugerem que, para não provocar barulho, as vítimas eram primeiro estranguladas, o que talvez explique a falta de sangue nos locais dos crimes. A remoção de órgãos internos de três vítimas levou oficiais da época a acreditarem que o assassino possuía conhecimentos anatômicos ou cirúrgicos.
Na Cesta do Povo as vítimas eram os milhares de consumidores baianos (homens e mulheres e até adolescentes) de cujas entranhas a cúpula da estatal, ao invés das vísceras, roubavam, literalmente, milhões de reais. Auditoria da Secretaria Estadual da Fazenda depois confirmada por relatório da CPI da Assembleia Legislativa afirma, no início do governo Wagner, ter havido um desvio de R$ 620 milhões da empresa. O rombo hoje pode superar R$ 1 bilhão. Jack, o sanguinário, matava quase sem deixar rastros, apesar das barbaridades praticadas.
Os generais da Ebal, ao contrário do delinquente inglês, alimentavam suas presas, única maneira de fazer engordar suas contas bancárias, contando, para tanto, com a participação direta e decisiva de empresários corruptores.
Enquanto definhavam os contracheques e os parcos recursos dos infelizes consumidores, os “donos” de então da Ebal abasteciam-se das falcatruas, das ameaças, dos conchavos com fornecedores inescrupulosos. A circulação dos jornais cresceu consideravelmente durante o final do século XIX, dando cobertura ao caso, devido à natureza selvagem dos crimes e ao fracasso da polícia em efetuar a captura do criminoso — que tornou-se notório justamente por conseguir escapar impune.
Quando se trata da Ebal, a imprensa, hoje, (ou parte dela, aliás) parece amedrontada ou preocupada em meter a mão em vespeiro já que por detrás do mistério há (não tenho dúvida) questões políticas tão séria que, em tese, justificariam o silêncio mortal em torno do roubo de R$ 1 bilhão. Voltando a Jack o estripador, devido ao mistério acerca do assassino nunca ter sido desvendado, as lendas envolvendo seus crimes tornaram-se um emaranhado complexo de pesquisas históricas genuínas, teorias conspiratórias e folclores duvidosos.
Diversos autores, historiadores e detetives amadores apresentaram hipóteses sobre a identidade do assassino e de suas vítimas. Já com relação à Ebal sabemos (eu já os nominei baseado nos documentos da Sefaz e da CPI da AL) pelo menos o perfil psicopático dos que meteram a mão e se lambuzaram com a dinheirama. A propósito, o Ministério Público ainda existe? Eu diria que não. Não sei se é utopia, mas chego a crer que o MP teme que Jack, mesmo na hipótese de hoje estar regenerado, possa ter provas que incrimine procuradores e promotores.
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