sexta-feira, 9 de abril de 2010

JÚRI CONDENA 4 POR PARTICIPAÇÃO EM 25 ABORTOS EM MS...

FONTE: AGÊNCIA ESTADO (noticias.uol.com.br).

Depois de dois dias de julgamento, um júri popular condenou quatro funcionárias que trabalharam em uma clínica de planejamento familiar instalada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde foram realizados pelo menos 10 mil abortos. Elas respondiam pela participação direta em 25 deles sob suposta orientação da proprietária do estabelecimento, a médica Neide Mota Machado, que em novembro do ano passado cometeu suicídio.
O processo com mais de mil páginas foi aberto em 2007, quando o local foi descoberto depois de denúncia feita por reportagem de uma TV local. A médica teve o diploma cassado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) e foi presa, mas acabou respondendo as acusações em liberdade. Depois da sua morte, uma psicóloga e três enfermeiras foram responsabilizadas pelos 25 casos restantes de todos os 10 mil denunciados inicialmente.
O mesmo júri, formado por quatro mulheres e três homens, inocentou as 25 gestantes da época, que procuraram a clínica e se submeteram à interrupção da gravidez. A psicóloga Simone Aparecida Cantaguessi de Souza foi condenada pelo atendimento a cinco mulheres a 6 anos e 6 meses em regime semiaberto. Já a enfermeira Maria Nelma de Souza, que seria a encarregada pela consumação dos abortos, foi condenada por três casos a 4 anos de prisão em regime aberto.
A enfermeira Rosangêla de Almeida foi condenada pela atuação em cinco casos a 7 anos de prisão em regime semiaberto. A também enfermeira Libertina de Jesus Centurion respondeu por um caso e foi condenada um ano e três meses em regime aberto. Com exceção da psicóloga, todas negaram as acusações, afirmando que realizavam somente aplicações de contraceptivos, curetagem e aborto retido em casos de nascidos mortos.
Foi "um julgamento hipócrita", afirmou o advogado de defesa Renê Siuf, ressaltando que "todo mundo sabia da existência da clínica". "Acho injusto colocar a culpa só nas quatro. Foi um julgamento hipócrita, gerado pela mídia. Foi um caso de muita polêmica porque teve muita divulgação na mídia. Isso provocou comoção exacerbada. Não vou me conformar com esse resultado."

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