quarta-feira, 29 de setembro de 2010

DE PERUCA E BARBA FALSA, PAGODEIRO CHORA E NEGA CULPA NA MORTE DA EX-MULHER EM SP...

FONTE: NÁDIA GUERLENDA CABRAL, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA (www1.folha.uol.com.br).
Usando uma peruca "black power", óculos escuros e barba falsa durante entrevista nesta quarta-feira em São Paulo, o pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, 38 anos, negou ter responsabilidade na morte da ex-mulher, Andreia Cristina Bezerra Nóbrega, 31 anos. Ele é acusado de provocar a queda de Andreia e do filho do casal do terceiro andar do prédio onde moravam, em Guarulhos, há quase dois anos.
Correia Filho, que se emocionou em muitos momentos, estava acompanhado de seus advogados, Ademar Gomes e Mauro Otávio Nacif --que atuou no júri de Suzane von Richthofen. Ele disse que usava o disfarce para não ser reconhecido. Desde que teve a prisão preventiva decretada, em 19 de novembro de 2008, Correia Filho mora em um Estado do Nordeste (não quis dizer qual) e vive sob outra identidade.
Em novembro de 2008, Andréia e o filho caíram do terceiro andar do prédio onde moravam, no Jardim Santa Mena. Segundo o Ministério Público, ela teria jogado o filho e se jogado após Correia Filho cortar a mangueira do gás e ameaçar explodir o apartamento. Andréia morreu na hora e a criança sobreviveu; ela vive com a avó materna desde então.
O acusado deixou o local após a queda, o que levantou suspeitas da polícia. Outro indício apontado contra Correia Filho é um desenho feito pela criança após a queda, no qual o pai está com uma faca na mão.
À época, a polícia informou que a vítima já havia sido agredida pelo ex-marido em outras ocasiões e chegou a registrar boletim de ocorrência por violência doméstica. Correia Filho afirma que os boletins de ocorrência eram falsos e disse que "nunca encostou a mão" na ex-mulher.
O pagodeiro foi denunciado (acusado formalmente) pelo Ministério Público em dezembro de 2008 e está foragido desde que teve a prisão decretada. Seus advogados pediram para que ele fosse ouvido pela Justiça durante o período eleitoral, que começou hoje. No período, que vai até dia 4 de outubro, ninguém pode ser preso --exceto em caso de flagrante. O pedido foi rejeitado na semana passada.
Segundo os advogados, Correia Filho concedeu a entrevista de hoje porque quer dar sua versão dos fatos. Ele afirmou que vive da venda dos CDs gravados antes do incidente --além de pagode, músicas evangélicas-- e chegou a mostrar a capa de um dos álbuns aos jornalistas.
O acusado chorou ao falar dos filhos, que não vê desde o final de 2008, e afirmou diversas vezes ser inocente. "Eu não consigo trabalhar, não consigo viver. Eu morri também", disse.
VERSÃO.
Correia Filho afirmou que Andréia se descontrolou após uma discussão sobre a outra família do ex-marido --ele tem mais um filho. Durante a briga, a ex-mulher teria cortado o cano da mangueira do gás e ameaçado explodir o apartamento. Correia Filho, então, teria tirado a faca de sua mão e se afastado. Segundo o acusado, seria essa cena que o filho viu e teria retratado no desenho apresentado à polícia.
Correia Filho afirmou que ouviu um barulho após a briga e, ao chegar à sala do apartamento, só conseguiu ver "os dedinhos do pé" de Andréia, no momento em que se jogava da janela. Ele afirmou que acreditava que o filho estivesse no quarto durante o incidente, e que por isso não o socorreu.
Segundo o acusado, Andréia tinha comportamento suicida e isso era sabido inclusive pela família da ex-mulher. Seus advogados distribuíram cópias de duas cartas --que seriam de autoria da ex-mulher-- com mensagens de despedida e pedidos de desculpa.

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