FONTE: Karina Baracho, TRIBUNA DA BAHIA.
De acordo com dados da Federação Internacional Helsinque de Direitos Humanos da Organização das Nações unidas (ONU), cerca de 2,5 milhões de pessoas são traficadas em todo o mundo.
Mulheres e meninas são as maiores vítimas dessa ação. A rota do tráfico de pessoas envolve vários países, entre eles o Brasil, que serve de trânsito para tais aliciações, estando entre um dos maiores exportadores de seres humanos. Esse comércio chega a movimentar 31,6 bilhões de dólares por ano e, desses casos, 43% estão relacionados à exploração sexual, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O tráfico de pessoas é a terceira maior fonte de renda ilegal do mundo. Segundo a Pesquisa Nacional sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes (Pestraf), realizada em 2002 pelo Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), com participação de várias Organizações Não Governamentais, existem cerca de 110 rotas de tráfico interno (78 interestaduais e 32 intermunicipais) e 131 de tráfico internacional.
Para combater esta realidade, ontem, no Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, o Comitê Estadual de Prevenção ao Tráfico de Pessoas, realizou um evento na Praça Quincas Berro D’Água, no Pelourinho. O objetivo da ação, que teve a participação de representantes do governo e da sociedade civil para o tema que seja abordado e divulgado para o maior número de pessoas.
Durante toda a tarde de ontem aconteceram no local diversas manifestações culturais sobre o tema. O objetivo foi chamar a atenção das pessoas para a questão, principalmente os adolescentes que estão em situação de vulnerabilidade social. “Desde 2007 estamos trabalhando efetivamente para mudar esta realidade. Fazemos Fóruns e seminários frequentemente por toda a Bahia e conseguimos levantar um diagnóstico para então começarmos o enfrentamento”, disse a especialista em políticas públicas e gestão governamental sobre o tráfico de mulheres do estado, Cida Tripodi.
Segundo ela, a partir daí foram iniciadas políticas públicas e um plano de ação para o combate.
“Com um núcleo para atuar junto as vítimas apoiando e dando ainda todo o apoio jurídico necessário”. Destacou ainda que com essa iniciativa está sendo alimentado um banco de dados com as informações. “Vamos inibir e coibir a ação desses criminosos”, acrescentou.
Conforme Tripodi, está em processo de negociação a abertura de um posto avançado para o atendimento das vítimas no Aeroporto Internacional de Salvador. “Até o final do ano estaremos com ele pronto para o atendimento”. Os locais escolhidos para a instalação do núcleo e do posto foram estratégicos. No Pelourinho e no Aeroporto, por terem um grande fluxo de pessoas.
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