FONTE: Ivan Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.
O segundo turno nas próximas eleições presidenciais deixou de ser uma miragem para ser uma possibilidade bastante real, quando se levam em conta os resultados da pesquisa Datafolha realizada na segunda-feira em todo o país. De acordo com esta sondagem, Dilma Rousseff já não tem mais garantida a vitória no primeiro turno. Esta constatação estava virando de pernas para o ar, ontem, o meio político em todo o Brasil e gerando um intenso corre-corre.
O segundo turno nas próximas eleições presidenciais deixou de ser uma miragem para ser uma possibilidade bastante real, quando se levam em conta os resultados da pesquisa Datafolha realizada na segunda-feira em todo o país. De acordo com esta sondagem, Dilma Rousseff já não tem mais garantida a vitória no primeiro turno. Esta constatação estava virando de pernas para o ar, ontem, o meio político em todo o Brasil e gerando um intenso corre-corre.
Os meus pacientes leitores encontrarão os números que mostram a viabilidade da hipótese de haver segundo turno no pleito presidencial em outros espaços deste jornal e em outros veículos da mídia. Daí que me dispenso de citá-los aqui, neste espaço não muito amplo. Prefiro dizer que, nas circunstâncias atuais, é extremamente útil para o país, quase que diria vital, que a possibilidade de segundo turno torne-se efetivamente uma realidade.Basicamente, existem dois motivos para isto:
1. A vitória eleitoral do governo liderado pelo PT e exercido com a ajuda de poderosos aliados, a exemplo do PMDB, desenhava-se, e ainda se desenha, no conjunto das eleições, como avassaladora. As oposições consistentes são hoje representadas apenas pelo PSDB, o Democratas e, até certo ponto, o Partido Verde (ao que deve-se, para não gerar queixas, acrescentar o pouco representativo PPS e a banda do PTB que controla os órgãos diretivos do partido, mas não as bancadas no Congresso).
Agora, a simples instalação de seríssima dúvida sobre se a candidata governista Dilma Rousseff conseguirá ou não vencer no primeiro turno injeta ânimo nas campanhas de oposição, seja para a Presidência da República, seja para os governos estaduais, o Senado, a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa. Ocorre o que se poderia chamar de uma “mudança de espírito” ou um reforço do “espírito de luta”.
E, na medida em que a dúvida se insinua fortemente onde antes havia quase certeza e espírito de rendição, é evidente que outros fatores entram em campo, favorecendo as oposições.
Assim, mesmo que ao fim e ao cabo seja vitoriosa em segundo turno a candidata petista Dilma Rousseff, o primeiro turno terá sido travado com as oposições e seus simpatizantes em melhor ânimo – e isto é muito importante para diminuir a dimensão da delineada derrota oposicionista, uma diminuição boa para o país, pois as hegemonias políticas não costumam levar a bons resultados para as nações.
Assim, mesmo que ao fim e ao cabo seja vitoriosa em segundo turno a candidata petista Dilma Rousseff, o primeiro turno terá sido travado com as oposições e seus simpatizantes em melhor ânimo – e isto é muito importante para diminuir a dimensão da delineada derrota oposicionista, uma diminuição boa para o país, pois as hegemonias políticas não costumam levar a bons resultados para as nações.
2. A eventual ocorrência de segundo turno, sugerida fortemente (embora evidentemente não garantida) pela pesquisa Datafolha, evitará uma situação difícil para os candidatos não governistas que forem decidir as eleições para governadores de estados no segundo turno. O segundo turno fica muito difícil para os oposicionistas quando já existe um presidente (ou uma presidente) eleita no primeiro turno. Seu poder de influência sobre o eleitorado e de pressão sobre os políticos e sobre a própria máquina pública (em níveis federal, estadual e municipal) são formidáveis.
Sem essa definição do chefe (ou da chefe) do Executivo federal no primeiro turno, desaparece esse tipo de influência e pressão. Ainda que não se deva esquecer que, na conjuntura atual, uma grande influência pode ser exercida não somente por um (ou uma) presidente já eleito (a) em primeiro turno, mas também por um presidente em fim de mandato, porque com excepcional popularidade.
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