FONTE: GABRIELA CUPANI, DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
Apenas um terço dos pediatras de São Paulo sabem como prevenir a formação das placas de gordura nas artérias das crianças. O problema leva a doenças cardiovasculares no futuro.
O dado é de uma pesquisa do Instituto do Coração, em São Paulo, que buscou avaliar o grau de conhecimento da diretriz para a prevenção da aterosclerose na infância.
O documento estabelece condutas como dosagem de colesterol a partir dos dez anos e medida da pressão arterial a partir dos três.
O estudo entrevistou 370 especialistas que atuam na rede pública e em consultórios particulares.
Eles responderam a um questionário sobre a diretriz e deram informações sobre tempo de formação, atuação em área acadêmica, entre outras.
Dos pediatras entrevistados, 65,7% afirmaram não ter conhecimento prévio da diretriz. Apenas 136 (36,7%) alcançaram o valor estipulado como nota de corte -70% de respostas corretas.
"Esperávamos encontrar desconhecimento, mas não tanto", diz a biomédica Adriana Grosso, uma das autoras. Pediatras mais novos, aqueles que atuam na rede pública e os ligados ao meio acadêmico tiveram melhor desempenho.
A diretriz foi publicada em 2005 e deveria ser uma referência para estabelecer estratégias de prevenção da aterosclerose. "O problema deixa de ser detectado e não se faz a prevenção", diz Grosso.
Estudos mostram que a formação de placas de gordura na parede das artérias começa ainda na infância e é influenciada por fatores como colesterol alto, má alimentação, sedentarismo e hipertensão arterial.
Dados brasileiros mostram a dimensão do problema. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, 68,4% das crianças entre cinco e nove anos têm taxas de gordura alteradas, diz um estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário