quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TER UMA IRMÃ PODE FAZER AS PESSOAS MAIS FELIZES, INDICA ESTUDO (PARTE UM)...

FONTE: *** DEBORAH TANNEN, DO "THE NEW YORK TIMES" (www1.folha.uol.com.br).
"Ter uma irmã deixa você mais feliz": esse era o título de um recente artigo, sobre um estudo afirmando que adolescentes com irmãs teriam menor possibilidade de relatar sentimentos como "Estou infeliz, triste ou deprimido" ou "Acho que ninguém me ama".
Essas descobertas não são um acidente; outros estudos já chegaram a conclusões similares. Mas por que ter uma irmã faria alguém mais feliz?
A resposta usual --a de que meninas e mulheres são mais inclinadas a conversar sobre emoções do que meninos e homens-- é de certo modo insatisfatória, especialmente para uma pesquisadora como eu. Grande parte de meu trabalho desenvolveu a premissa de que os estilos femininos de amizade e conversação não são inerentemente melhores do que os masculinos, mas apenas diferentes.
Um homem certa vez me disse ter passado um dia inteiro com um amigo que passava por um divórcio. Quando ele voltou para casa, sua esposa lhe perguntou como o amigo estava lidando com a questão. Ele respondeu: "Não sei, não falamos sobre isso".
Sua mulher brigou com ele. Obviamente, segundo ela, o amigo precisava conversar sobre o que estava passando.
Aquilo fez com que o homem se sentisse mal. Assim, ele ficou aliviado ao ler em meu livro "You Just Don't Understand" (Ballantine, 1990 "Você Simplesmente Não Entende", em tradução livre) que fazer coisas juntos pode ser um conforto por si só, outra forma de demonstrar afeição. Perguntar sobre o divórcio poderia ter feito o amigo se sentir ainda pior, por lembrá-lo do problema, e expressar preocupação poderia soar condescendente.
O homem que me contou isso estava feliz pela confirmação de que seus instintos não haviam falhado, e que ele não havia decepcionado seu amigo.
Porém, se falar sobre os problemas não é algo necessário para obter consolo, então o fato de ter irmãs não deveria deixar os homens mais felizes do que ter irmãos. Mesmo assim, o recente estudo conduzido por Laura Padilla-Walker e colegas da Universidade Brigham Young é confirmado por outros.
No ano passado, por exemplo, os psicólogos britânicos Liz Wright e Tony Cassidy descobriram que os jovens que haviam crescido com ao menos uma irmã tendiam a ser mais felizes e otimistas, especialmente com pais divorciados. Outra pesquisadora britânica, Judy Dunn, encontrou um padrão similar entre adultos mais velhos.
Então, o que está acontecendo?
Minha própria pesquisa sobre irmãs sugere uma dinâmica mais sutil. Entrevistei mais de cem mulheres sobre suas irmãs, mas, quando elas também tinham irmãos, eu lhes pedia uma comparação.
A maioria afirmou conversar mais frequentemente com suas irmãs, durante períodos mais longos e, sim, sobre assuntos mais pessoais. Isso muitas vezes significava que elas se sentiam mais próximas de suas irmãs, mas nem sempre.
Uma mulher, por exemplo, disse conversar por horas no telefone --tanto com seus dois irmãos quanto com suas duas irmãs. Mas os assuntos são diferentes. Com as irmãs ela discute suas vidas pessoais; com os irmãos ela fala sobre história, geografia e livros. E um de seus irmãos homens, ela acrescentou, lhe telefona às cinco da madrugada de brincadeira.

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