FONTE: Do UOL, em São Paulo (esporte.uol.com.br).
A seleção brasileira
feminina de handebol conseguiu no Mundial da Sérvia um resultado histórico,
independente do que aconteça na final deste domingo, às 14h15 (de Brasília),
contra as donas da casa, com acompanhamento em tempo real pelo UOL
Esporte.
Além da evolução
evidente da equipe, o Brasil quebrou um tabu que já durava 18 anos no Mundial.
Desde 1995 uma seleção não-europeia não figurava entre as duas primeiras
colocadas da competição. Na ocasião, a Coreia do Sul sagrou-se campeã com uma
vitória em cima da Hungria.
O simples fato de
chegar à decisão já coloca as comandadas do dinamarquês Morten Soubak em um
seleto grupo de finalistas de mundiais nos esportes coletivos do país. Até
hoje, somente vôlei e basquete alcançaram tal feito.
Em caso de uma medalha
de ouro neste domingo, o grupo das mulheres que terão subido ao lugar mais alto
do pódio se restringirá somente ao handebol e ao basquete, que, liderado por
Hortência, foi campeão em 1994. O vôlei soma três vices-campeonatos.
"Chegar a este
ponto foi muito importante para nós, mas ainda queremos mais. Queremos a
medalha dourada e estamos muito perto disso. Acredito que a união e hegemonia
do grupo fará a diferença na decisão", afirmou a capitã do time, Fabiana
Diniz.
"Temos
consciência da qualidade da Sérvia, e que estarão jogando em casa, mas isso
pode se voltar até mesmo a nosso favor, pois elas têm a pressão de
vencer", completou.
A decisão do Mundial
coroa a evolução da equipe brasileira feminina nos últimos dez anos é evidente.
No Mundial de 2003, o time foi apenas o 20º colocado na Croácia. Já na
competição de 2011, foi o quinto. Nas Olimpíadas de Londres, em 2012, a seleção
ainda conseguiu uma sexta colocação, seu melhor resultado da história.
O Brasil chega à
decisão do Mundial como a única equipe sem derrotas na competição. Além disso,
o time, que é apenas o 22º no ranking, ainda tem em seu histórico vitórias
sobre grandes seleções como Hungria (3ª), Sérvia (7ª) e Holanda (16ª), além de
dois triunfos contra a tricampeã olímpica Dinamarca.
A meta quase foi
'antecipada' dois anos antes, no Mundial disputado em São Paulo. Uma derrota
para a Espanha, nas quartas de final, mostrou que o time ainda não estava
preparado para chegar tão longe. Assim como nos Jogos Olímpicos de Londres,
quando terminou na sexta colocação, sendo derrotado, de novo, nas quartas -
desta vez pela Noruega, que seria a a campeã naquele torneio.
"Nova
rica", a Confederação Brasileira firmou há cerca de dois anos um convênio
com um time austríaco, o Hypo Nö, e levou oito das jogadoras que defendem a
seleção para atuar no time europeu e em uma das melhores ligas do mundo. Tudo
parte de um planejamento visando ao Mundial da Sérvia e os Jogos Olímpicos do
Rio, em 2016. Mais recentemente, até Morten Soubak foi levado para a equipe austríaca,
e agora dirige suas comandadas na seleção.
Um dos primeiros
frutos colhidos, além dos bons resultados em 2011 e 2012, veio com uma
premiação individual. Alexandra Nascimento, artilheira do time no Mundial neste
ano (48 gols), foi eleita no ano passado a melhor jogadora de handebol do
mundo, mesmo sem ter conquistado títulos importantes. Neste ano existe a
possibilidade de ela conquistar o bicampeonato.
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