FONTE: Amanda Sant'Anna, TRIBUNA DA BAHIA.
Mulheres vítimas de violência doméstica que deixaram sequelas podem realizar cirurgias
reconstrutoras, gratuitamente, pelo programa do Hospital Ernesto Simões e do
Hospital Dois de Julho. A iniciativa que partiu da cirurgiã plástica Ana Rita
de Luna Freire, coordenadora da equipe de cirurgia plástica com área de atuação
de crâniomaxilofacial, em Salvador, atende mulheres vítimas desse tipo de
violência.
A cada 15 segundos uma mulher é
espancada no Brasil deixando sequelas e em 49% dos casos o agressor é o próprio
companheiro. A partir de dados apresentados pela Secretaria de Políticas para Mulheres e
com o término da especialização em cirurgia plástica, no ano de 2003 a cirurgiã, Ana Rita Freire, decidiu dar
uma contribuição à sociedade, realizando cirurgias gratuitas a população mais carente.
“Preocupei-me em oferecer um
pouco do meu trabalho para aqueles que não teriam acesso a esse tipo de
procedimento. Quando iniciei o programa, tanto para homens quanto para
mulheres, observei que o público feminino era maioria quando o assunto era lesão
de trauma facial, correlacionado com a agressão doméstica. Elas chegavam
de forma espontânea, e neste caso, fazíamos um acolhimento especial com
orientações dentro do que fosse possível, mas, sobretudo com uma finalidade
médica. Hoje recebemos diversos casos que através de uma consulta já
encaminhamos ou não para o processo de cirurgia”, contou.
De acordo com Dra. Ana Rita, o local do corpo
onde há maior ocorrência de agressão é na face e a cirurgia plástica reconstrutora é uma
ferramenta que ajuda não só na estética como também na autoestima das mulheres agredidas:
“As consequências vão desde a equimose (cor roxa em determinada parte do corpo) a
graves lesões faciais. Os ferimentos causados pelo parceiro trazem sequelas
ainda mais profundas que aquelas sentidas fisicamente. A cicatriz da agressão
sempre irá fazer a vítima lembrar da violência, levando a ter dificuldades em
casa, no trabalho e com futuros relacionamentos”, afirmou.
Segundo a especialista, o perfil psicológico das mulheres que sofrem esse tipo de agressão é
constituído por aquelas que se sentem dependentes financeira e emocionais dos
seus maridos. Quem precisar deve entrar em contato pelo telefone (71) 3206-4444, do Hospital Ernesto
Simões Filho ou também no Hospital São Rafael, através
do contato (71) 3281-6000, e as
consultas podem ser agendadas às quartas-feiras, no período da tarde, através
do telefone (71) 3117-1600.
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