FONTE: Naira Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.
Bastou o anúncio de que o salário mínimo passa a
valer, a partir de 1º de janeiro, R$ 724 para o preço de alguns itens da cesta
básica aumentar. De acordo com o Dieese, o reajuste foi de 6,78%. Segundo a
dona de casa Maria
Aparecida Soares, que realiza compras semanais
nos supermercados, os comerciantes já
aumentaram por conta do reajuste anunciado que ainda não está valendo. Ela
percebeu o reajuste de alguns itens como nos hortifrutigranjeiros.
O tomate, que na semana passada
custava em torno de R$ 3,23 o quilo, hoje já está sendo comercializado a R$
4,89. O pimentão também aumentou e está com o preço igual ao do tomate. Alguns
supermercados oferecem preços mais vantajosos, colocando vários produtos em oferta.
Com o reajuste anunciado, veio
também a subida dos preços. Alguns comerciantes afirmam que estão se preparando
para repassar os custos aos consumidores, enquanto que os empregados fazem cálculos para
saber se o dinheiro extra no fim do
mês vai valer à pena. Economista explica que o reajuste serve para corrigir a
inflação. Serão 6,78% a mais, em relação ao valor atual, nos contra-cheques dos
trabalhadores.
Para chegar a essa porcentagem, o
Governo levou em consideração a variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a taxa de crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2012. Com mais despesas com a folha de pagamento, os empregadores começam a
se preparar para acrescentar o reajuste aos seus preços.
Reajuste.
O comerciante Adriano Novello diz
que o aumento do mínimo vai se somar a outros reajustes, e que, por isso, vai
precisar acrescer seus preços em quase dez por cento. “O salário
maior nos obriga a aumentar o preço dos
nossos produtos também, porque tudo já subiu de preço este ano. Se não
aumentarmos um pouco agora, precisaríamos reajustar para um valor maior no
futuro, o que seria pior”, revela o comerciante. Ele diz que o reajuste nos
preços é inevitável.
É o reajuste de preços que faz o
motoboy Walter Bruno Corrêa não acreditar que o acréscimo do
salário vá ajudar nas contas de fim de mês. “O
aumento vai ajudar um pouco, mas mudar de verdade, não. O preço das mercadorias
e serviços também deve subir e, no fim das contas, o dinheiro a mais
não fará diferença”, observa. Ele diz ainda que nos supermercados o preço dos
produtos já teve alta. Segundo ele, que
faz compras quinzenais para a família, alguns produtos tiveram redução no preço
como os ovos que de R$ 6 passou a custar R$3. “O feijão também registrou queda
no preço. Hoje pode ser encontrado a R$ 2,99. A Farinha se manteve no mesmo
patamar, continua custando R$ 6,27”, disse.
A garçonete Ediane Costa também
não vê muita vantagem no dinheiro extra a cada 30 dias. “O acréscimo é muito
pouco. Se os custos dos produtos não subissem, talvez esse dinheiro a mais
fizesse diferença, mas com o reajuste de preços, o salário maior não mudará nada no dia a
dia”, revela Ediane.
O economista Carlos
Lima explica que, no Brasil, o cálculo do aumento de salário está diretamente
relacionado com o PIB do país e com a inflação. Em 2012, o PIB cresceu menos de
1%, por isso, o dinheiro a mais no fim do mês serve apenas para não deixar o
salário defasado em relação à inflação. “Esse ano vai ser de muita frustração
para o trabalhador assalariado porque o crescimento da economia foi pequeno e,
em consequência, o repasse, que é transferido para o trabalhador em forma de
aumento de salário, será menor”, explica o economista.
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