FONTE: POR Dinheiro
Público & Cia (dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br).
Ao longo de uma década,
despencou a desigualdade entre os aposentados que recebem o maior valor
autorizado pela legislação e os beneficiários do piso previdenciário,
equivalente ao salário mínimo.
No próximo mês, o
mínimo subirá para R$ 723 ou R$ 724, dependendo da inflação calculada. O teto
do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) será fixado em algo próximo a R$
4.392, equivalentes a seis vezes o piso.
Em janeiro de 2004,
as aposentadorias mais altas -excluídas, é claro, às pagas no regime dos
servidores públicos- equivaliam a dez salários mínimos.
Não é que as
aposentadorias mais altas tenham perdido poder de compra: o salário mínimo é
que foi reajustado muito acima da inflação.
Pela política adotada
hoje, o mínimo tem um ganho anual correspondente ao crescimento da economia de
dois anos antes, enquanto as demais aposentadorias são apenas corrigidas pela
inflação.
Se adotada por tempo
indeterminado, essa regra acabará, mais cedo ou mais tarde, igualando todas as
aposentadorias. Com um crescimento econômico anual de 2%, o teto do INSS
chegará a cinco salários mínimos em dez anos.
Como tudo em economia
e políticas públicas, a valorização do salário mínimo gera efeitos colaterais e
controvérsias.
Nos últimos anos,
essa política despertou a demanda por reajustes acima da inflação para os
demais aposentados -pleito que obteve sucesso no ano eleitoral de 2010.
A longo prazo,
cria-se um desincentivo às contribuições mais altas: afinal, os trabalhadores
que contribuem com valores maiores para a Previdência acabarão não recebendo
muito acima dos que contribuem com o mínimo.
A continuidade da
política de valorização do piso salarial e previdenciário terá de ser definida
no primeiro ano do próximo governo. A lei atual vigora até 2015.
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