FONTE: Priscila
Chammas, CORREIO DA BAHIA.
Os dados revelam que a proporção de casamentos em que a mulher tem idade maior que a do homem é crescente, passando de 20,7% em 2002 para 24% em 2012.
Mulheres estão cada vez mais
instruídas, independentes, trabalhadoras e... casando com garotões. Esse último
item fica por conta da última pesquisa do IBGE, divulgada ontem. Os dados
revelam que a proporção de casamentos em que a mulher tem idade maior que a do
homem é crescente, passando de 20,7% em 2002 para 24% em 2012.
O crescimento
ocorreu em todas as grandes regiões do país. Apesar disso, os casamentos em que o homem é mais velho ainda representam a maioria no país:
76%.
Índice que
tende a mudar graças a casais como Valentina Rocha e Roque Nunes. Ela,
designer de interiores e artista plástica. Ele, designer gráfico.
Ela, 46 anos. Ele, 35. Os onze anos de diferença pesam, só que
positivamente.
“Mulheres mais velhas já conhecem tudo, sabem o que querem da vida. São mais
decididas. As mais novas ainda estão meio perdidas”, compara Roque. Ele conta
que até já namorou algumas moças mais jovens, mas os relacionamentos mais
duradouros foram com as mais velhas.
Valentina, por
sua vez, já foi casada com outro homem mais jovem, só que nem tanto. Sobre o atual companheiro, diz que o
sexo é diferente. “Uma diferença ótima. A gente namora muito”, ri.
De fato, estudos mostram
que nos homens o nível de testosterona - e, consequentemente, o desejo sexual - diminui com a
idade. Já com as mulheres ocorre o contrário: cai o nível de estrogênio,
fazendo com que o de testosterona fique mais alto. Em outras palavras,
mulheres mais velhas gostam mais de sexo, tanto quanto os homens jovens. (O
estudo é citado no livro Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem
Amor?, de Allan e Barbara Pease).
Divorciadas.
Além da perfeita sintonia sexual, o coordenador de disseminação de informações do IBGE, Joilson Rodrigues de Souza, cita outro fator: aumentou o número de casamentos entre mulheres divorciadas e homens solteiros, como no caso de Valentina e Roque.
Além da perfeita sintonia sexual, o coordenador de disseminação de informações do IBGE, Joilson Rodrigues de Souza, cita outro fator: aumentou o número de casamentos entre mulheres divorciadas e homens solteiros, como no caso de Valentina e Roque.
Em 2010, 4,4% dos casamentos no Brasil tinham essa
composição. Em 2012 já eram 5,1%. Entre os baianos, o movimento foi o mesmo:
2,7% em 2010 e 3,6% em 2012. O percentual de recasamentos aumentou de forma
geral: eram 13,4% do total em 2002. Agora são 21,8%.
“Além do que
muitos homens encontram nessas mulheres companheiras mais interessantes.
E hoje as mulheres buscam mais independência, então se casam mais tarde”,
opina Joilson.
A explicação de Joilson se confirma nos números. Em 2012,
observou-se o aumento da idade mediana das mulheres na data do casamento. E dos
homens também. A idade deles aumentou de 26 para 28 anos entre 2002 e 2012. Já
a delas subiu de 23 para 25.
A assistente de cobrança Janaina Moura casou-se
exatamente com essa idade: 25 anos. “A gente priorizou a parte financeira,
casamos só depois que compramos a casa própria”, conta.
Agora ela e o marido, que é supervisor de auditoria,
tentam um herdeiro. “Quero só um. Está ótimo”, diz ela, que já tem um filho de
8 anos, de outro relacionamento.
Valentina e Roque também planejam um filho, só que não do
jeito convencional. Ela ainda pode engravidar, mas os dois ponderam que, por
conta da idade, seria uma gravidez de risco. “Estamos conversando, pensando em
adotar. Já tem gente demais no mundo, e meu amor pela criança vai ser igual”,
garante Roque.
Se eles pretendessem ter um filho natural não seria
nenhum absurdo. A mesma pesquisa mostra que as mulheres estão parindo cada vez
mais velhas.
Enquanto os nascimentos cujas mães eram menores de 15
anos vêm se mantendo estáveis ao longo dos anos, os percentuais caíram nos
grupos de 15 a 19 anos (20,4% em 2002, 19,3% em 2007 e 17,7% em 2012), de 20 a
24 (31,1%, 29% e 26%, respectivamente) e de 25 a 29 anos (23,3%, 24,8% e 24,6%).
Por outro lado, houve aumento nos grupos de 30 a 34 anos
(14,4% em 2002, 15,7% em 2007 e 19% em 2012), de 35 a 39 (7,1%, 7,6% e 9%) e de
40 a 44 anos (1,9%, 2% e 2,2%).
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