segunda-feira, 16 de junho de 2014

APENAS 1,4% DOS JUÍZES BRASILEIROS SÃO PRETOS, DIZ CENSO DO JUDICIÁRIO...

FONTE: Fernanda Calgaro, do UOL, em Brasília (noticias.uol.com.br).


Um censo inédito do Poder Judiciário, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), revela que apenas 1,4% dos 16.812 juízes do Brasil são pretos.

Apesar do baixo percentual, a pesquisa mostra que nos últimos dois anos, dos que ingressaram na carreira da magistratura, 2% eram pretos. Os que se autodeclararam pardos representam 14%, e os indígenas, 0,1% (clique aqui para entender a diferença entre a classificação de "pretos" e "negros").

Perfil dos juízes do Brasil.

84,5% brancos,  
84,5% se declaram brancos

14%  pardos,
14% se declaram pardos

1,4% Pretos
1,4% se declaram pretos

0,1% indígenas
0,1% se declaram indígenas

Fonte: Censo do CNJ (Conselho Nacional de Justiça)

O levantamento foi feito para embasar uma discussão sobre a introdução de cotas para preencher cargos no Judiciário, fixando percentuais para pretos, pardos e indígenas.

O censo mostra também que a maioria dos magistrados é formada por homens (64%), brancos (84,5%), casados (80%) e heterossexuais: somente 1,1% (ou 122) disse ser casado com pessoas do mesmo sexo.

"Temos um contingente masculino maior que o feminino. A gente crê que esse número tende a aumentar. Para que possa ter um segmento significativo, é preciso diversidade. O Judiciário ainda é conservador, mas com tendência de modificação", afirmou o conselheiro Paulo Teixeira, que apresentou os dados no início da sessão do CNJ de hoje.

Também estava presente o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ. Primeiro presidente negro da Corte, Barbosa anunciou que se aposenta no final deste mês.

Diferença de gênero.

O levantamento apontou ainda que, entre as juízas, 14% disseram ter mais dificuldades para serem promovidas do que colegas homens. 25% das entrevistadas contaram que vivenciaram reação negativa por parte dos cidadãos por ser mulher. E outros 30% das magistradas afirmaram que enfrentaram reações negativas por parte de outros profissionais do sistema de Justiça por serem mulheres.

As juízas com filhos representam percentual menor do que seus pares homens: 71% ante 78%.


Foram ouvidos, por meio de um questionário na internet, 10.796 (64%) do universo total de juízes no Brasil.

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