FONTE: Fernanda Calgaro, do UOL, em Brasília (noticias.uol.com.br).
Um censo inédito do
Poder Judiciário, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo CNJ (Conselho
Nacional de Justiça), revela que apenas 1,4% dos 16.812 juízes do Brasil são
pretos.
Apesar do baixo
percentual, a pesquisa mostra que nos últimos dois anos, dos que ingressaram na
carreira da magistratura, 2% eram pretos. Os que se autodeclararam pardos representam 14%, e
os indígenas, 0,1% (clique aqui para entender a diferença entre a
classificação de "pretos" e "negros").
Perfil
dos juízes do Brasil.
84,5% brancos,
84,5% se declaram
brancos
14% pardos,
14% se declaram pardos
1,4% Pretos
1,4% se declaram pretos
0,1% indígenas
0,1% se declaram indígenas
Fonte: Censo do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça)
O levantamento foi
feito para embasar uma discussão sobre a introdução de cotas para preencher
cargos no Judiciário, fixando percentuais para pretos, pardos e indígenas.
O censo mostra também
que a maioria dos magistrados é formada por homens (64%), brancos (84,5%),
casados (80%) e heterossexuais: somente 1,1% (ou 122) disse ser casado com
pessoas do mesmo sexo.
"Temos um
contingente masculino maior que o feminino. A gente crê que esse número tende a
aumentar. Para que possa ter um segmento significativo, é preciso diversidade.
O Judiciário ainda é conservador, mas com tendência de modificação",
afirmou o conselheiro Paulo Teixeira, que apresentou os dados no início da
sessão do CNJ de hoje.
Também estava
presente o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal) e do CNJ. Primeiro presidente negro da Corte, Barbosa anunciou que se
aposenta no final deste mês.
Diferença de gênero.
O levantamento
apontou ainda que, entre as juízas, 14% disseram ter mais dificuldades para
serem promovidas do que colegas homens. 25% das entrevistadas contaram que
vivenciaram reação negativa por parte dos cidadãos por ser mulher. E outros 30%
das magistradas afirmaram que enfrentaram reações negativas por parte de outros
profissionais do sistema de Justiça por serem mulheres.
As juízas com filhos
representam percentual menor do que seus pares homens: 71% ante 78%.
Foram ouvidos, por
meio de um questionário na internet, 10.796 (64%) do universo total de juízes
no Brasil.
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