FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
42 mil dos 67 mil empregos
previstos na Bahia até o final
de 2014 (62%) serão gerados em cidades do interior, segundo dados da Secretaria
da Indústria, Comércio e Mineração do Governo do Estado. "Há dois
anos, a geração de empregos no interior é maior que na região metropolitana de
Salvador", observou, nesta quarta-feira (18/6), o secretário James
Correia.
Maior economia do Nordeste,
representando 30% da produção regional, e variando entre a quinta e sexta
economia do Brasil, em 2013, o setor industrial baiano cresceu 6,6%, três vezes
mais que a média do Brasil. No mesmo ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu
3,0%, superando a média nacional, 2,3%, e São Paulo, 1,7%.
Os principais fatores da interiorização dos
investimentos, de acordo com Correia, são a criação de um mercado consumidor e
a expansão do ensino técnico e universitário. Além disso, o governo da Bahia
trabalha com a lógica da diversificação da economia, com a formação de polos
industriais nos setores automotivo, petroquímico, de bebidas, alimentos e
eólico.
Nesse processo de interiorização, a
China é o maior parceiro, o que tornou a Bahia o primeiro destino brasileiro em
investimentos daquele país. Os chineses investem maciçamente no agronegócio e
na mineração no oeste do estado. A intensa parceria levou o governo baiano a
abrir um escritório de representação em Pequim, o único de um ente subnacional
do Brasil.
O superintendente de Atração de
Investimentos da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, Paulo
Guimarães, ressalta que os investimentos em logística - recuperação de mais de
8 mil quilômetros de estradas, portos e aeroportos - e projetos
para o setor, a exemplo do Porto Sul e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste,
contribuem para a chegada de novas fábricas e para o reinvestimento de grupos
já instalados na Bahia.
"As características climáticas são
favoráveis a diversos investimentos", observa Guimarães, enumerando que a
região oeste tem uma grande indústria leiteira da Nova Zelândia, a Chapada
Diamantina tem produção de uvas, vinho, batata, café, óleo de oliva e frutas
orgânicas e o Vale do Rio São Francisco, frutas e vinhos.
Na região metropolitana de Salvador está
situada uma das maiores concentrações industriais da América latina Latina, o
Polo Industrial de Camaçari, onde, recentemente, a Ford construiu uma fábrica
de motores e ampliou a unidade de montagem de veículos.
Segundo Guimarães, o valor do reinvestimento
foi maior que o da implantação da linha de montagem. Em Camaçari foram
desenhados e são produzidos dois carros globais. A movimentação da empresa
norte americana levou a alemã Continental a ampliar sua fábrica, que atualmente
é responsável pela produção de 40% dos pneus automotivos do Brasil.
Ainda em Camaçari, a Kimberly-Clark inaugurou
uma fábrica de superabsorventes, que vai consumir matéria prima do novo polo
acrílico da Basf, o primeiro de América Latina. É lá também que se consolida o
maior polo de equipamentos eólicos do Brasil, com a Alstom, a Gamesa e outras
indústrias. De sua entrada em operação, em 1978, até 2007, o Polo de Camaçari
recebeu US$ 11 bilhões em investimentos. De 2007 a 2014, US$ 12 bilhões.
Um novo polo voltado para a indústria naval
surge no entorno da Baía de Todos-os-Santos, a partir do Estaleiro Enseada do
Paraguaçu, que tem entre os sócios a Kawasaki. Os oito portos da Baía de
Todos-os-Santos, entre terminais públicos e privados, movimentam 36 milhões de
toneladas de cargas/ano. Com a implantação do Porto Sul, em Ilhéus, a Bahia
movimentará 100 milhões de toneladas.
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