FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
O tabagismo é prejudicial para todas as
pessoas e isso já não é mais novidade. Porém, quando se trata de uma gestante,
as consequências são ainda mais graves, podendo causar danos irreversíveis ao
feto, que serão apresentados mesmo ao longo da vida da criança. Problemas como
o aumento do risco de transtorno de déficit de atenção e até de doenças
congênitas são alguns dos exemplos.
Pode até parecer estranho, mas cerca de 24%
das mulheres não deixam de fumar após descobrirem a gravidez. De acordo com o
obstetra Luiz Fernando Leite, o tabagismo durante a gestação pode prejudicar
tanto mãe quanto bebê. "O risco fetal é consequência do tabaco sobre o
sistema vascular materno fetal, ou seja, o tabagismo durante a gestação implica
em um menor aporte de nutrientes e oxigênio para o bebê, causando assim maior
risco de baixo peso ao nascer e ainda prematuridade".
A comunidade científica não para de investigar
os impactos do cigarro na saúde e alguns estudos recentes ainda mostraram que
as crianças afetadas pelo cigarro, em geral, apresentam um menor volume de
massa cinzenta e branca no cérebro. A massa cinzenta é a parte do cérebro que
possui o corpo das células nervosas e incluem regiões envolvidas no controle
muscular, memória, emoções e fala. E na massa branca existem as fibras que
conectam regiões envolvidas no processamento das emoções, decisões e na
atenção. Com essas áreas prejudicadas, os filhos de mães fumantes também podem
apresentar quadros de depressão e ansiedade.
A quantidade de cigarros fumados pela mãe
também influencia no prejuízo ao bebê, quanto mais a mãe fuma, o bebê
recebe mais toxinas e menos nutrientes. "Não existe uma quantidade segura
de cigarros que uma mulher possa fumar durante a gestação. Quanto maior o
número de cigarros consumidos por dia, maior o risco de alterações no organismo
tanto da mãe quanto do feto", afirma o médico.
Entre as piores consequências deste hábito
está a possibilidade de a criança nascer com tendência à dependência química do
cigarro, como sugerem alguns estudos. E quando esse tipo de vício está
associado a estresse por parte da mãe, isso também prejudica o novo membro da
família, como alerta Dr. Leite. "Muitas vezes o cigarro está relacionado a
alterações de comportamento materno e isso levará a um risco maior do bebê ter
alterações de comportamento, já que os bebês são um reflexo do ambiente do
lar".
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), os filhos de fumantes têm capacidade pulmonar duas vezes menor do que de
gestantes que não fumaram durante a gestação e há grandes chances de ocorrer
morte repentina do bebê.
O ideal é que as mães parem de fumar e não
apenas durante a gravidez e a amamentação, já que esse hábito também prejudica
a produção de leite, mas para sempre. E, embora para muitas pessoas largar o
vício seja difícil, não é impossível e com a ajuda médica pode ser até mais
simples.
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