FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Um desequilíbrio nos
hormônios sexuais femininos nos homens pode estar contribuindo para os altos
níveis de obesidade masculina em países ocidentais, de acordo com uma nova
pesquisa publicada na versão on-line do periódico PLoS ONE.
Pesquisadores da
Universidade de Adelaide, na Austrália, sugerem que o aumento no número de
homens obesos poderia estar ligado à exposição a substâncias – usadas na
indústria e presentes na soja, no plástico e no PVC, por exemplo – que imitam
os efeitos do estrogênio, o hormônio sexual feminino. Esses produtos são cada
vez mais consumidos em países desenvolvidos.
Os autores do estudo
compararam as taxas de obesidade entre homens e mulheres de todo o mundo, além
de levar em conta o PIB (Produto Interno Bruto), para determinar o impacto da
riqueza sobre a obesidade.
Eles descobriram que,
embora no mundo em desenvolvimento a obesidade seja mais frequente entre as
mulheres, no mundo desenvolvido o cenário é completamente diferente.
Em países da Europa,
assim como nos Estados Unidos e na Austrália, as taxas de obesidade entre
homens e mulheres são muito mais próximas. E, em alguns deles, o excesso de
peso chega a ser mais frequente para o sexo masculino.
Para os
pesquisadores, essa diferença vai além do simples aumento da ingestão de calorias.
Os hormônios presentes em certos produtos são conhecidos por causar ganho de
peso, especialmente por causarem alterações na tiroide e no hipotálamo.
A exposição a esses
componentes estaria contribuindo para uma espécie de “feminilização'' dos homens
no mundo ocidental, o que explicaria a crescente obesidade entre homens e
também o aumento da infertilidade masculina.
Mas os pesquisadores
avisam que são necessários mais estudos para entender melhor como fatores
ambientais têm interferido nos hormônios e comprovar a tese.
Sobre o autor
Jairo Bouer é
médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com
residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu
trabalho no Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex),
passou a focar seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência
no Brasil, para o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento
jovem, atendendo a dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
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