domingo, 15 de junho de 2014

HORMÔNIOS PODEM SER CULPADOS PELA OBESIDADE CRESCENTE ENTRE HOMENS...

FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).


Um desequilíbrio nos hormônios sexuais femininos nos homens pode estar contribuindo para os altos níveis de obesidade masculina em países ocidentais, de acordo com uma nova pesquisa publicada na versão on-line do periódico PLoS ONE.

Pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, sugerem que o aumento no número de homens obesos poderia estar ligado à exposição a substâncias – usadas na indústria e presentes na soja, no plástico e no PVC, por exemplo – que imitam os efeitos do estrogênio, o hormônio sexual feminino. Esses produtos são cada vez mais consumidos em países desenvolvidos.

Os autores do estudo compararam as taxas de obesidade entre homens e mulheres de todo o mundo, além de levar em conta o PIB (Produto Interno Bruto), para determinar o impacto da riqueza sobre a obesidade.
Eles descobriram que, embora no mundo em desenvolvimento a obesidade seja mais frequente entre as mulheres, no mundo desenvolvido o cenário é completamente diferente.

Em países da Europa, assim como nos Estados Unidos e na Austrália, as taxas de obesidade entre homens e mulheres são muito mais próximas. E, em alguns deles, o excesso de peso chega a ser mais frequente para o sexo masculino.

Para os pesquisadores, essa diferença vai além do simples aumento da ingestão de calorias. Os hormônios presentes em certos produtos são conhecidos por causar ganho de peso, especialmente por causarem alterações na tiroide e no hipotálamo.

A exposição a esses componentes estaria contribuindo para uma espécie de “feminilização'' dos homens no mundo ocidental, o que explicaria a crescente obesidade entre homens e também o aumento da infertilidade masculina.

Mas os pesquisadores avisam que são necessários mais estudos para entender melhor como fatores ambientais têm interferido nos hormônios e comprovar a tese.

Sobre o autor


Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a dúvidas através de diferentes meios de comunicação.

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