FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
O herpes ocular é uma infecção provocada pelo vírus do herpes simples (HSV), mesmo causador do herpes labial. Entretanto, se este último é bastante evidente e de fácil diagnóstico, quando acomete os olhos a doença pode ser mal diagnosticada e tratada indevidamente – aumentando os riscos, inclusive, de o paciente perder a visão.
Daí a importância de se consultar um bom
oftalmologista que possa distinguir entre o herpes ocular, o herpes zoster
(caudado pelo vírus da varicela), infecções, intoxicação ocular provocada por
medicamentos etc. Nos Estados Unidos, por exemplo, a cada ano surgem 50 mil
novos casos da doença.
Assim como o herpes labial, que pode surgir
novamente quando a imunidade da pessoa está em baixa, dados da Academia
Americana de Oftalmologia (AAO) revelam que, depois do episódio inicial, há 27%
de chance de acontecer novamente dentro de um ano, 50% em cinco anos e 63% em
20 anos.
“Infecções recorrentes são de fato
uma cruz carregada por muitos pacientes, já que a doença pode surgir desde a
infância e voltar a incomodar de tempos em tempos. O herpes ocular pode
acometer qualquer camada dos olhos, mas as manifestações mais comuns incluem
blefarite (inflamação das pálpebras), conjuntivite folicular e ceratite
(inflamação da córnea). Vale ressaltar que nada tem a ver com o herpes genital,
que é uma doença sexualmente transmissível”, diz Renato Neves, diretor-presidente
do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.
De acordo com o médico, geralmente a pessoa
entra em contato com o vírus do herpes simples ainda na infância. “Em
determinados casos, a criança é tratada de uma infecção moderada. O vírus
invade os olhos e chega ao gânglio trigeminal, onde encontra ambiente propício
para se instalar e se tornar latente.
Quando, em determinadas fases da vida, a pessoa passa
por episódios de estresse intenso, traumas ou ainda doenças que baixam sua
imunidade, esse vírus faz o caminho de volta para a córnea e se manifesta com o
herpes ocular.
O tratamento imediato com medicamentos
antivirais específicos ou antibióticos interrompe a multiplicação dos vírus em
questão e impede que a doença continue destruindo as células epiteliais”.
Neves explica que, além do estresse e da baixa
imunidade, problemas de saúde bucal, queimaduras de sol, traumas e períodos
pós-cirúrgicos também podem agir como gatilhos para novos episódios de herpes
ocular.
“Mais da metade da população mundial já entrou
em contato com esse vírus. O mais importante é que a doença seja devidamente
diagnosticada e tratada, a fim de não se agravar – já que em casos severos o tratamento
indicado é o transplante de córnea.”
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