FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Pesquisadores da Universidade de
São Paulo (USP) estão desenvolvendo nova molécula para tratamento da doença de
Chagas. Segundo a professora da Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, vinculada à USP, Ivone Carvalho, a
substância é menos tóxica e mais eficiente no tratamento do que os medicamentos
usados atualmente. “Nesses estudos, ela mostrou uma resposta interessante. Não
foi tóxica para a célula. Teve maior atividade para matar o parasita do que o
próprio fármaco”, destacou em entrevista à Agência Brasil.
Os estudos tiveram como base a estrutura do
benznidazol, remédio utilizado no Brasil para combater o Trypanossoma cruzi,
parasita transmitido pelo inseto conhecido como barbeiro e causador da doença.
Ivone explica que a ideia é aperfeiçoar o tratamento. “Nós temos problemas com
o tratamento atual, que é antigo. O medicamento disponível tem problemas de
toxicidade, de ineficácia na fase crônica. E também desenvolvimento de
resistência ao tratamento”, explicou.
Na fase inicial, a doença tem
sintomas como febre e mal-estar, podendo ser confundidas com outras
enfermidades. Caso não seja tratado adequadamente, o paciente pode desenvolver
a forma crônica da doença, quando o Trypanossoma se hospeda nos tecidos e pode
causar o crescimento de órgãos
como o coração e o esôfago.
O medicamento usado atualmente tem
efeitos limitados para eliminar o parasita nessa segunda fase do mal de Chagas.
Segundo o Ministério da Saúde, existem
entre 2 milhões e 3 milhões de pessoas infectadas no Brasil, a maior parte na
fase crônica.
A descoberta da molécula já foi patenteada
pela Agência USP de Inovação. Além de ser mais eficiente, a nova substância
deverá ter menos efeitos colaterais do que a usada hoje, que pode causar enjoos
e dores estomacais. “Nós temos aí uma entidade química promissora”, comemora
Ivone sobre a molécula que até agora só foi testada in vitro. O próximo passo
serão os testes com camundongos, a serem feitos na Faculdade de Medicina da
USP.
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