Contei meus anos e descobri que terei menos tempo
para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de
jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos
inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem
eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da
minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de
pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram
pelo majestoso cargo de secretário geral do coral ou semelhante bobagem, seja
ela qual for.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao
lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se
encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar
ao lado de deus.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O
essencial faz a vida valer a pena. Basta o essencial!
"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier – Emmanuel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário