FONTE: Tamirys Machado, TRIBUNA DA BAHIA.
Estresse elevado, preocupação no trabalho, briga com a família, pressa, seja qual for o motivo, as brigas no trânsito têm se tornado cada dia mais frequente em todo o país. Já virou rotineiro ver casos de descontrole emocional por parte de condutores, circulando na internet, que resultou em agressões físicas, verbais e até mesmo morte.
O disk
190 de São Paulo registra 70 chamadas diárias por briga de trânsito, uma média
de mais de 2mil por mês. Diferente da capital paulista, Salvador não
disponibiliza de dados específicos de brigas ou agressões de trânsito. A
Polícia Civil e Militar da Bahia informou que os registros contabilizados são
de agressões em geral, e não há nenhum estudo ou estáticas de brigas,
desentendimentos e agressões no ambiente de trânsito, apesar dos casos serem
vistos com frequência nas redes sociais e no dia a dia de quem transita na
cidade.
Em
Salvador, alguns casos chamaram a atenção, como nos casos do policial civil que
atirou em um motociclista e da médica Kátia Vargas, que as investigações
indicam que houve briga e perseguição antes da colisão entre o veículo e a
moto, que resultou nas mortes dos irmãos Emanuel e Emanuele.
Para o
psicopedagogo do Detran-BA (Departamento Nacional de Trânsito), Genésio Souza,
os estudos indicam que as pessoas se comportam no trânsito da mesma forma que
se comportam nas relações sociais do dia a dia, e o principal motivo é a
pressa. “Hoje, com esse ritmo frenético que é a vida moderna, as pessoas
assumem muitos compromisso e para dar conta, estão sempre apressadas. Por isso,
aconselhamos sair mais cedo de casa e evitar a pressa”, pontuou. Conforme
Luide, o espaço do trânsito está cada vez mais disputado e isso também acaba
gerando os conflitos. “Temos um espaço cada vez menor em virtude do aumento da
frota de veículos e o próprio aumento populacional. É a disputa por uma vaga no
estacionamento, por uma posição melhor na saída de um semáforo, e tudo isso
ocasiona um conflito. As pessoas se esquecem de exercitar a gentileza no
trânsito, até mesmo das regras básicas da legislação”, afirmou.
Segundo
ele, a principal regra é que o maior sempre protege o menor e todos protegem o
pedestre, que é o ser mais vulnerável. A maioria dos casos registrados na
capital, conforme o Detran, envolvem homens, com idade inferior a 40 anos, que
faz uso da bebida alcoólica.
Segundo
o psicopedagogo, a banalização da violência é um grande problema. “Hoje se
encara a violência como algo natural e não é. Não podemos recorrer à violência
como o primeiro recurso, mas ao diálogo que deve ser. As pessoas nem tentam
mediar a situação e já se agridem, verbalmente ou fisicamente”, disse.
O major
aponta ainda a impunidade como um fator potencializador do uso da violência.
Ele aconselha aos condutores não reagir a insultos e provocações. “Não podemos
tentar fazer justiça com as próprias mãos. É necessário ter controle e respeito
ao outro, e caso ocorra um conflito, é necessário acionar a justiça e prestar
queixa”, ressaltou.

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